Polícia mata suspeito em troca de tiros junto a centro de documentação nazi e Consulado de Israel em Munique

Atacante era um austríaco de 18 anos, que utilizou uma arma de fabrico antigo, e era conhecido das autoridades da Áustria.

Foto
Polícia na zona da troca de tiros perto do consulado de Israel e de centro de documentação do nazismo Vifogra GmbH / REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:25

Um suspeito com uma “arma longa”, de “fabrico antigo”, na descrição da polícia, foi morto numa troca de tiros com a polícia em Munique, Sul da Alemanha, junto a um centro de documentação do nazismo e ao Consulado de Israel.

Tratava-se de um cidadão austríaco de 18 anos, disseram ainda as autoridades da Baviera. O atacante era conhecido das autoridades de Viena após uma denúncia por alegada participação num grupo islamista. “Presumimos que se trata de um atacante solitário que se radicalizou”, afirmou Franz Ruf, director-geral da segurança pública austríaca, citado pela agência Reuters.​

Terão estado envolvidos cinco agentes na troca de tiros, iniciada pelo atacante, e não havia indicações de mais suspeitos. Depois de uma grande operação policial no local com buscas, incluindo a um veículo ligado ao atacante, a polícia declarou que já não havia perigo, mas continuava a realizar “trabalho forense” e a ouvir testemunhas na zona.

Cada vez mais parece claro que o alvo era o consulado de Israel.

“De acordo com a informação que temos, parece ter havido um contexto islamista”, declarou o presidente do Conselho Central dos Judeus da Alemanha, Josef Schuster, segundo a emissora Bayerische Rundfunk. “Estamos num estado permanente de tensão e medo.”

As autoridades pediram ainda para não serem difundidos rumores e informação não verificada sobre o que aconteceu.

O Consulado de Israel estava fechado por causa de uma cerimónia que assinalava o aniversário do ataque nos Jogos Olímpicos de Munique de 1972, em que terroristas palestinianos mataram onze atletas israelitas, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.

O ataque da manhã desta quinta-feira ocorreu numa zona com uma história particular, conta o diário Süddeutsche Zeitung. O centro de documentação do nazismo, inaugurado em 2015, foi construído sobre as ruínas da chamada Casa Castanha, a antiga sede do partido nazi em Munique.

No mesmo ano, o Consulado-geral de Israel mudou-se para um escritório praticamente ao lado do centro o que, lembra o jornal, causou sensação, lembra o diário: “70 anos depois do Holocausto, a representação de Israel instalou-se no antigo bairro do partido nazi, que se tinha formado à volta da sua sede”.

A ministra do Interior, Nancy Faeser, disse não querer especular e afirmou apenas que se tratou de um incidente “grave”, agradecendo à Polícia de Munique e acrescentando que “a protecção de instalações judaicas e israelitas tem, como sabem, a mais alta prioridade”.

Actualizada às 15h15 com novas informações

Sugerir correcção
Ler 7 comentários