Moradores da Sé “saturados” do ruído querem travar DJ’s na Noite Branca em Braga

Moradores da Sé queixam-se há anos do ruído nas festas da cidade e interpuseram uma providência cautelar na véspera da Noite Branca. Decisão do tribunal deve ser conhecida esta sexta-feira.

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A noite branca de Braga atrai muita gente Paulo Pimenta
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A União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, de Braga, interpôs uma providência cautelar no Tribunal Administrativo contra a licença especial de ruído emitida pelo município para os três dias da Noite Branca, que inicia nesta sexta-feira, dia em que também deve ser conhecida a decisão do tribunal.

Segundo noticiou nesta quinta-feira o Jornal de Notícias, a realização da Noite Branca de Braga poderia estar em causa, embora apenas na zona da Sé pois a União de Freguesias recorreu à Justiça contra a licença especial de ruído emitida pelo município para os dias em que decorre a chamada Noite Branca, e que permite que os bares daquela zona possam abrir noite dentro, podendo colocar altifalantes na rua. A Câmara contestou junto do tribunal.

Luís Pedrosa, presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, justifica a providência cautelar com o grau de saturação dos moradores: "Esta tem sido uma zona fustigada ao longo dos anos com vários eventos e com uma projecção sonora muito intensa, os moradores estão pura e simplesmente saturados de tanta barulheira". Mas clarifica que a providência cautelar não é contra a Noite Branca mas sim contra o ruído. "Pode haver restaurantes e bares abertos, muita cultura, teatro, projecção de luz... O palco dos DJ's é que a gente está um bocado saturada. Mais cultura e menos berros", acrescenta.

Diz ter informado a câmara de Braga, salientando que foi eleito pela mesma coligação, mas considera que é necessário chamar a atenção para o problema do ruído. A Noite Branca "pode trazer movimento, pode haver muita gente na rua, mas também temos de salvaguardar quem mora no centro histórico", sublinha, acrescentando: "das duas, uma: ou queremos um centro histórico vazio de moradores, ou então queremos e temos de preservar a saúde deles".

O autarca diz que esta é uma luta de vários anos e não se circunscreve à Noite Branca, também no São João há queixas: "Viver na rua D. Paio Mendes, de Maio a Outubro, não é propriamente fácil", assegura. Depois de terem tentado o diálogo com a Associação Empresarial de Braga, decidiram agora apresenta a providência cautelar. Com um objectivo: "Que não sejam passadas licenças especiais de ruído em horas impróprias, tudo o que seja a partir das 2 da manhã. Em toda a área limítrofe da Sé Catedral." Sendo uma providência cautelar, apenas se aplicaria aos dias da Noite Branca. Mas o autarca apela que todos se sentem à mesa para que o tema do ruído na zona histórica seja abordado.

Entretanto, para que a Noite Branca seja celebrada com segurança e tranquilidade, a PSP deixa, numa nota de imprensa, várias recomendações para evitar roubos, nomeadamente transportar apenas as quantias necessárias de dinheiro vivo e levar qualquer mala “sempre fechada e junto à parte frontal do corpo e com os objectos mais importantes (dinheiro, documentos, telemóvel, etc) distribuído por locais diferentes e de difícil acesso”.

Nos acessos e movimentações na festa, apela-se ainda a um especial cuidado às pessoas com problemas de mobilidade ou portadoras de carrinhos de bebé, dada a grande concentração de pessoas e carros que se espera. Por isso, também se aconselha a utilização de transportes públicos e, em caso de necessidade de utilizar viatura própria, que se pratique uma condução segura e defensiva, e que o estacionamento seja feito “de forma legal e em locais bem iluminados”.

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