O Estado na TAP a fazer papel de otário

Lê-se o relatório da IGF e fica-se com aquela sensação de vulnerabilidade que torna Portugal um país patusco, fácil de endrominar por espertalhões com nome estrangeiro, fato de corte e fala mansa.

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O relatório da auditoria da Inspecção-Geral das Finanças (IGF) às contas e ao processo de privatização da TAP erigiu um monumento à incompetência do Estado português e a quem o administrou em 2015. Lê-lo na sua abundância de detalhes sobre provas ou indícios de negligência, dissimulação ou irresponsabilidade do então Governo da República é um murro no estômago. Fica-se a saber que um chico-esperto foi capaz de atravessar o Atlântico sul, aterrar na Portela, envolver um parceiro português meio crédulo, gastar uns parcos milhões de euros, maquilhar obrigações contratuais e ficar com o controlo da companhia aérea de bandeira de Portugal com a facilidade de quem esfrega um olho. Pior: deu-se ao luxo de avisar que o fez através de manigâncias e nem isso foi capaz de levar o Governo de Passos Coelho a dar um murro na mesa para certificar que o desplante tem limites.

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