Suspeito do furto na Secretaria-Geral do MAI ficou em prisão preventiva

Juiz decidiu aplicar a medida de coacção mais gravosa ao homem que terá furtado oito computadores na Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna na madrugada do dia 28 de Agosto.

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O juiz decidiu aplicar a medida de coacção mais gravosa ao suspeito do furto na Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI) MATILDE FIESCHI (arquivo)
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Depois de presente a tribunal para efeitos de primeiro interrogatório judicial, o juiz decidiu aplicar a medida de coacção mais gravosa ao suspeito do furto na Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI): a prisão preventiva. O homem de 39 anos e natural do Fundão foi detido pela PSP na segunda-feira, por suspeitas da prática do crime de furto qualificado.

Terá contribuído para esta medida de coacção o facto de o indivíduo já estar referenciado pela prática de outros crimes cujos processos decorrem no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa. Além disso, o detido tem já um extenso cadastro em França, onde esteve emigrado pelo menos cerca de uma década e onde cometeu vários crimes de furto, pelo menos entre 2014 e 2022. Em Lisboa, é conhecido pelas deambulações por várias zonas da Baixa, na área do Largo de São Domingos e Mouraria, e por ter hábitos de toxicodependência.

Também a prova recolhida pela investigação foi fundamental para este desfecho, nomeadamente as imagens do suspeito a sair do local do crime com dois sacos de supermercado e uma mochila às costas e depois a passar por várias ruas, que contribuíram para a sua rápida identificação e posterior detenção pela PSP.

O suspeito foi filmado pelo segurança das obras do prédio contíguo ao da Secretaria-Geral, que desconfiou do seu comportamento quando o viu sair carregado daquela zona, e depois foi apanhado pelas diversas câmaras de videovigilância de hotéis e de outros estabelecimentos de escritórios e comércio nas redondezas, que captaram os seus movimentos na madrugada de quarta-feira, 28 de Agosto, quando o crime foi cometido. Além disso, também deixou pegadas quando entrou descalço no edifício depois de trepar pelos andaimes das obras.

Já nesta quarta-feira, em comunicado, o MAI veio negar que as câmaras de videovigilância estivessem avariadas ou desligadas no dia em que o edifício da Secretaria-Geral foi furtado, mas admite falhas na gravação de imagens. O MAI alega que "estavam a funcionar normalmente e as imagens eram visíveis no respectivo posto de controlo".

Quanto aos oito computadores furtados, o MAI informa que só dois estavam a uso e que os restantes eram computadores de reserva/substituição". Realça também que, em "ambos os casos, seja nos computadores de reserva/substituição seja no caso dos dois computadores que estavam a uso, não existiu, nem existe, qualquer risco de acesso a qualquer informação e ou documentos, confidenciais ou não".

Ainda segundo o ministério, os "computadores furtados eram meros terminais de acesso a informação sediada em servidor e, logo, não acessível apenas com o computador", sendo que os computadores em causa "não estavam nem estiveram ligados, nem têm acesso a informação classificada ou de relevância."

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