Flamengo confirma negociação para compra do Leixões em meio à guerra política

Diretoria do Flamengo detalha, em nota, que objetivo é assumir administração do Leixões por três anos e, depois de avaliar resultados, decidir ou não pela compra definitiva. Oposição levanta suspeita.

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O Flamengo confirma, em nota, que deve assumir o comando do Leixões sem pagar por isso. Depois de três, poderá fazer a aquisição definitiva do clube português Daniel Rocha
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O Conselho Diretor do Flamengo emitiu nota oficial nesta quarta-feira (04/09) em que confirma as negociações para a compra do Sport Club Leixões, de Matosinhos, time da Segunda Liga de Portugal. O diretor de Comunicação do clube, Bernardo Monteiro, confirmou que “o interesse é real”.

Segundo a diretoria do Mengão, o projeto que o Conselho Diretor vem negociando com o Leixões prevê que o clube carioca assuma por três anos a administração do time português. Depois desse prazo, uma nova assembleia de diretoria decidirá se o Flamengo assumirá de vez ou não o Leixões.

O Flamengo assegura que, nesta primeira etapa, como administrador, não pagará nada pelo Leixões. A alegação é de que, sem a aquisição imediata de uma participação acionária no clube português, o Fla evitará assumir eventuais prejuízos ou passivos do Leixões. Na avaliação do comando do Flamengo, a operação que foi montada “se mostra totalmente diferente e mais benéfica ao clube” do que, por exemplo, a negociação que foi feita em administração anterior para a compra do também português Tondela.

A nota da diretoria do Flamengo cita, nominalmente, os ex-dirigentes e candidatos da oposição Rodrigo Tostes e Cláudio Pracownik, que, no passado, defenderam a compra do Tondela em condições que seriam "desvantajosas" para a agremiação carioca.

Na ocasião, a compra do Tondela seria intermediada e assessorada por uma empresa dirigida por Pracownik, o que, segundo a nota, “demandaria o pagamento de milhões de euros, dos quais relevante parte seria paga pelo Flamengo, ficando ajustado, ainda, que a empresa do Sr. Claudio Pracownik exerceria a gestão do negócio por, no mínimo, um ano e receberia uma elevada remuneração pela assessoria na operação societária e pela gestão do negócio”.

Briga política

A compra do Leixões pelo Flamengo tornou-se ponto central de uma briga política que está sacundido o clube. Opositores da atual diretoria levantaram suspeitas em torno das negociações com o time português. O comando do Mengão destaca, na nota, "que vem a público manifestar seu repúdio às insinuações irresponsáveis e mentirosas a respeito do possível acordo de operações com o clube português Leixões”. E assinala que as eleições marcadas para dezembro próximo “não podem permitir falar coisas sem ao menos conhecer os termos e as condições da operação que está sendo negociada.”

Pelo que deixou claro a diretoria do Flamengo, o contrato para parceria com o clube português será apresentado ao Conselho Deliberativo (CODE) em breve para aprovação. Ressalta, também, que a aprovação “dará ao Flamengo uma possível opção de compra após um período de operação (três anos)”. E destaca que, após a análise desses resultados e das diligências que serão realizadas durante o período de gestão do Leixões pelo Flamengo, a compra poderá ser concretizada em definitivo.

A diretoria do Flamengo finaliza o documento assinalando que a visão é de que, apesar do período eleitoral, não se pode "aceitar falas irresponsáveis e mentirosas de pré-candidatos e seus apoiadores”. E conclui que as atitudes dos opositores “só servem para manchar a imagem institucional do Flamengo perante o mercado e parceiros”.

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