Um amor interrompido tragicamente sob a batuta de um maestro brasileiro

A ópera Acis e Galatea, de Händel, um clássico do barroco, será apresentada neste sábado, 7 de setembro, no Teatro de Vila Real. Dois barítonos e um ator brasileiros estão no elenco.

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Ensaio da opera Acis e Galatea, que será apresentada neste sábado no Teatro de Vila Real Arquivo pessoal
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O maestro brasileiro Ricardo Bernardes, conhecedor profundo da música barroca, decidiu se impor um novo desafio. Ele conduzirá, neste sábado, 7 de setembro, às 21h30, a ópera barroca Acis e Galatea, de George Frideric Händel. A obra será apresentada no Teatro de Vila Real, em uma coprodução com a Fundação da Casa de Mateus. As músicas serão interpretadas pela Orquestra Barroca da Casa de Mateus, que contará com a participação do coro Nova Era Vocal Ensemble, de cinco solistas, entre eles, os barítonos brasileiros Fernando Araújo e Márcio Soares, além do ator carioca Eduardo Ibraim. A direção cênica está a cargo de Nicolás Isasi.

Este é o segundo projeto colaborativo entre a Fundação da Casa de Mateus e o Teatro de Vila Real. No ano passado, recriaram a ópera As Damas Trocadas, de Marcos Portugal, estabelecendo uma conexão direta entre Brasil e Portugal, uma vez que o compositor português viveu muitos anos em terras brasileiras. Recentemente, a cenografia desse projeto foi selecionada para o Simpósio PQ 2024, um dos maiores eventos internacionais de cenografia, onde será apresentado o trabalho que uniu a música de Marcos Portugal à escrita do argentino Jorge Luis Borges.

Acis e Galatea destaca-se como uma obra-prima do período barroco, e foi a primeira composição dramática em língua inglesa de Handel, escrita entre 1717 e 1718. A ópera é baseada no mito grego que narra a história de amor entre Acis e Galatea, tragicamente interrompida pelo ciumento ciclope Polifemo. O maestro Ricardo Bernardes destaca a complexidade dos personagens e ressalta que o coro representará os pastores e um ator trará uma nova dimensão ao espetáculo.

Conto de fadas

Nicolás Isasi preparou uma encenação que remete à Grécia Antiga, descrevendo-a como um "conto de fadas na terra de origem dos mitos". A proposta visual busca integrar elementos da mitologia grega com uma visão contemporânea, criando um espaço onde a dualidade entre o divino e o terreno é explorada. Isasi explica que a cenografia representará uma multiplicidade de ilhas, simbolizando a Grécia e trazendo à tona a coexistência dos elementos naturais e sobrenaturais.

Acis e Galatea, na avaliação dos responsáveis pela montagem, promete ser uma experiência auditiva única, executada com instrumentos de época para oferecer ao público um vislumbre autêntico do século XVIII. Com uma duração de 1h20m, os ingressos para a apresentação já estão disponíveis na bilheteira do Teatro de Vila Real e no site oficial do teatro. “Será uma chance de vivenciar este conto de fadas musical que celebrará a rica herança cultural do barroco”, ressalta Bernardes.

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O violinista francês Patrick Oliva está lançando o CD Sei Soli e se participa da ópera Acis e Galatea Arquivo pessoal

Dentro da programação da ópera, ontem (03/09), o violinista francês Patrick Oliva lançou o seu CD Sei Soli, que apresenta as seis sonatas para violino solo de G. P. Telemann. Oliva, reconhecido internacionalmente como um grande violista do barroco, integrará a Orquestra Barroca da Casa de Mateus durante a apresentação de Acis e Galatea.

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