O bar do Ritz recebeu um prémio mundial de arquitectura e o Openbook está orgulhoso

O bar da piscina faz parte integrante do projecto de renovação do Hotel Ritz Four Seasons. Um projecto que tinha como premissa respeitar a traça arquitectónica de Pardal Monteiro.

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O espaço funciona como se fosse um resort no interior da cidade João Guimarães
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Foi há dois anos que o Ritz Pool Bar foi inaugurado, um bar de piscina e, na verdade, a própria piscina, bem como toda uma envolvência em que o luxo é senhor. A partir daí, o Studio Openbook, responsável por este e outros projectos ligados ao hotel Ritz Four Seasons Lisbon, concorreu a diversos prémios de arquitectura, conquistou o ​IDA Design Awards, em 2022, e o Loop Design Awards, em 2023. Agora, chegou o Architizer A+Awards, na categoria Bares e Adegas. Este é “um dos maiores e mais reconhecidos prémios”, congratula-se Diana Noronha Feio, arquitecta e partner do Openbook, ao PÚBLICO.

Para este último prémio, havia mais de cinco mil participações de mais de 80 países. “O prémio reconhece a excelência em arquitectura e design em várias categorias, proporcionando uma plataforma que eleva e promove o trabalho dos arquitectos a um público internacional”, diz a empresa em comunicado.

O bar da piscina faz parte integrante do projecto de renovação do terraço e galerias do Ritz. Um projecto que tinha como premissa respeitar a traça arquitectónica já existente. Afinal, trata-se de um edifício do arquitecto Pardal Monteiro (1897-1957), um dos nomes mais conceituados e responsáveis pelo desenho e planeamento da cidade de Lisboa durante o Estado Novo, com obras como o Instituto Superior Técnico, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima ou o próprio Ritz.

Assim, a inspiração da equipa do Openbook partiu do pequeno edifício de forma circular que estava no terraço, que foi respeitado e pensado para ser um espaço de restauração, onde os clientes de fora do hotel podem tomar uma bebida ou fazer uma refeição leve. O bar, com a cozinha aberta para a sala, serve de apoio à piscina, também ela desenhada com formas arredondadas.

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Ao fundo o edifício do hotel Ritz João Guimarães

O espaço funciona como se fosse um resort no interior da cidade, diz a arquitecta, dando como exemplo a vegetação entretanto plantada e que ajuda à ideia de ser um prolongamento verde até ao Parque Eduardo VII, que fica mesmo ali ao lado. Diana Noronha Feio destaca ainda as mesas redondas, desenhadas propositadamente para o espaço, assim como uma luminária de bronze maciço, que o Ritz ainda não adoptou, mas que a arquitecta faz questão de mostrar como fica bem no centro da mesa.

Pormenor das mesas desenhadas para o local João Guimarães
Castiçal Bugio criado para dar vida às mesas Eduardo Montenegro
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Pormenor das mesas desenhadas para o local João Guimarães

Estas peças são da responsabilidade da NOBK, uma marca pertencente ao Openbook Studio. Para o revestimento das paredes, foi feita uma parceria com a Viúva Lamego para a criação de um azulejo estreito e longo, em tons verdes e castanhos. “Todo o bar é feito numa métrica de azulejo que já existia”, explica a profissional, sublinhando o respeito pelo legado anterior.

Além deste projecto, o Openbook fez a reconstrução e o projecto de design de interior do Choupana Hills Resort e Spa, na Madeira; assim como tem feito outros projectos residenciais, não só na Europa, mas também na Ásia. E, para Diana Noronha Feio nenhum projecto está fechado. Por isso, continua a imaginar maneiras de tornar o bar do Ritz numa experiência ainda mais exclusiva. Por exemplo, colocando umas cortinas longas e esvoaçantes que levem o cliente a sair da cidade e a viajar até locais paradisíacos.

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