Mpox: directora do ECDC diz que vírus “não é a próxima covid-19”

Pamela Rendi-Wagner clarificou no Parlamento Europeu que há diferenças entre a mpox e a covid-19, nomeadamente a existência de vacinas disponíveis - e que já foram utilizadas no surto de 2022.

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O surto de mpox tem afectado sobretudo a população da República Democrática do Congo Justin Makangara / REUTERS
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A directora do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglês), Pamela Rendi-Wagner,​ reforçou esta quarta-feira que o risco para a população dos países da União Europeia (UE) “é baixo” e assegurou que a mpox não será a próxima pandemia.

“É preciso clarificar uma coisa: a mpox não é a próxima covid-19”​, explicitou Pamela Rendi-Wagner, durante uma audição na Comissão de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Reconhecendo que “o tamanho do surto em África pode ser muito maior”, por falta de informações credíveis, a directora do ECDC sustentou que os vírus da mpox e do SARS-CoV-2 “espalham-se de maneiras diferentes, têm riscos completamente diferentes e também há uma vacina eficaz” para a mpox. Essas vacinas já foram adquiridas pela Comissão Europeia em 2022 (quase três milhões de vacinas), aquando do surto global de mpox, que afectou vários países europeus, incluindo Portugal.

“Não era esse o caso em 2020 quando começou a pandemia da covid-19”​, completou a recém-empossada directora.

Perante os eurodeputados que constituem esta comissão do Parlamento Europeu, a directora do ECDC garantiu que “o risco para a população europeia é baixo, com base nas informações disponíveis”. No entanto, alertou Pamela Rendi-Wagner, impõe-se uma “colaboração de confiança” entre os Estados-membros, um reforço da capacidade de sequenciação do genoma do vírus e uma atenção redobrada à propagação do mpox em África.

A também antiga directora-geral de Saúde da Áustria recordou que o único caso registado na Europa da nova variante do vírus da mpox que está a propagar-se em África foi registado em Estocolmo, na Suécia, de uma pessoa que tinha viajado para uma das áreas naquele continente que estavam a ser afectadas pelo surto.

No entanto, esta variante (apelidada de Ib) não é a principal força motriz do surto desencadeado no continente africano nos últimos meses e com epicentro na República Democrática do Congo. A variante mais prevalente é a Ia, conhecida há várias décadas e que é historicamente mais transmissível e mais letal do que a variante IIb que afectou todos os continentes durante o ano de 2022.