Os meteoros são frequentes, mas de vez em quando alguns deixam “um rasto bonito”

Os observatórios de Braga e de Tomar detectaram (e gravaram) a passagem de um meteoro brilhante. Mas, na verdade, há dezenas de meteoros capturados todos os dias - só não têm a mesma escala.

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O meteoro captado esta terça-feira não é tão brilhante como o que foi avistado (na imagem) em todo o país no passado mês de Maio DR
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Na madrugada desta terça-feira, um bólide “rasgou” o céu com um rasto extremamente brilhante – e a fazer lembrar o agora famoso meteoro que iluminou o país em Maio deste ano. Desta vez, este meteoro não foi notado por todo o país, mas foi registado pelos observatórios de Braga e de Tomar. Ainda assim, isto não é um fenómeno excepcional.

“Todos os dias temos 80, 70 registos destes. Por vezes uma centena”, explica João Paulo Vieira, da Casa da Ciência de Braga, que tem o observatório através do qual foi gravado o vídeo onde se vê a passagem do bólide com o seu rasto esverdeado. “A maioria destes registos são de menor escala. O evento só acontece com aquele brilho e com este rasto bonito porque eventualmente o meteoro é de maior dimensão”, nota.

No entanto, a acumulação de registos mostra que este não é especial. A passagem deste meteoro na madrugada de terça-feira foi registada pelos observatórios de Braga e de Tomar que, juntamente com Lisboa e São Brás de Alportel, fazem parte da rede europeia de detecção de meteoros. Estes locais têm um sistema, apelidado de AllSky7, que desde 2018 grava continuamente a entrada de meteoros na atmosfera terrestre.

Os meteoros são geralmente identificados através destes traços luminosos breves que decorrem da entrada, a grandes velocidades, de partículas libertadas de corpos de maiores dimensões (um meteoróide). Estes objectos ou partículas rochosas chamam-se meteoróides enquanto viajam pelo espaço, sendo que ao entrarem na atmosfera, a combustão causada pelo atrito com o ar provoca um rasto de luz – o tal fenómeno a que chamamos meteoro, ou também estrelas cadentes. Quando demoram mais do que uns segundos, apelidamos de bólides.

Se por acaso esses objectos ou partículas não se desintegrarem e chegarem ao chão, então aí temos um meteorito. Neste caso, parece ter sido apenas um meteoro.

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