Salão Central foi requalificado e reabre em Évora no dia 14, após décadas fechado

Encerrada ao público há 36 anos, a sala de cinema situada no centro histórico da cidade que será Capital Europeia da Cultura foi requalificada pelo município, num investimento de 2,5 milhões de euros.

Foto
A obra de requalificação custou 2,5 milhões de euros MANUEL BOTELHO/BETAR
Ouça este artigo
00:00
02:41

A antiga sala de cinema Salão Central Eborense, no centro histórico de Évora, fechada há 36 anos, vai reabrir no próximo dia 14, após obras de requalificação de 2,5 milhões de euros, revelou a câmara municipal.

"O novo Salão Central Eborense, completamente remodelado a partir do estado de ruína, dá assim lugar a um moderno equipamento multiusos que será peça fundamental em 2027, aquando da celebração em Évora da Capital Europeia da Cultura", realçou o município, em comunicado.

Até lá, "o espaço assumirá um papel central no panorama cultural da cidade, constituindo-se como infra-estrutura de suporte aos grupos e associações" que "dedicam a sua actividade às artes e ao espectáculo".

Segundo a câmara municipal, a festa de inauguração desta "nova vida" do Salão Central Eborense está marcada para as 18h do dia 14 deste mês, com arruadas, animação de rua e um espectáculo de abertura com a participação de artistas locais.

Encerrado desde 1988, o espaço foi requalificado "totalmente", num projecto do município que representou um investimento de 2,5 milhões de euros, 70% dos quais assegurados por fundos comunitários.

"A recuperação deste icónico edifício dá cumprimento a uma aspiração antiga da população eborense, tanto pelo impacto positivo na vida cultural, como pela ligação emocional que persiste no imaginário dos habitantes, principalmente do centro histórico", argumentou a autarquia.

A obra, salientou também a câmara, foi realizada "com a preocupação de preservação da imagem exterior e da estrutura original".

A requalificação do espaço arrancou em 2020, tendo o projecto sido financiado através pelo Programa Operacional Alentejo 2020, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), inserindo-se na estratégia municipal de regeneração urbana e revitalização do Centro Histórico de Évora, lembrou o município.

Em declarações à agência Lusa a 26 de Abril, o presidente da câmara, Carlos Pinto de Sá, indicou que a intenção é que o equipamento seja um espaço polivalente para a cultura, mas também para outras áreas, empresariais ou desportivas por exemplo, e vocacionado para eventos e iniciativas de associações, agentes e instituições de Évora.

Situado no Pátio do Salema, em pleno centro histórico da cidade alentejana, o Salão Central Eborense foi mandado construir em 1916 pelo empresário José Augusto Anes como espaço de cultura e variedades.

Ao longo dos anos, passou pelas mãos de diversos proprietários, sempre com a predominância da exibição de cinema.

"Com o passar do tempo, a afluência de público diminuiu, levando ao seu encerramento definitivo" em 1988, tendo a câmara municipal adquirido o edifício em 1996, pode ler-se no comunicado da autarquia.