“Pseudociência na universidade”, publicado a 24 de Agosto de 2024

Direito de resposta do director do jornal The Blind Spot a artigo de opinião publicado a 24 de Agosto de 2024.

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O The Blind Spot segue as melhores práticas do jornalismo clássico. Entre outras coisas: distinguimos factos de opinião; referenciamos as fontes utilizadas; confirmamos as informações; suportamo-nos na evidência científica mais fiável; consultamos peritos nacionais e internacionais credenciados; evitamos linguagem carregada ou insultuosa; estamos atentos a conflitos de interesse.

Paralelamente, não temos qualquer financiamento privado ou estatal, nem qualquer tipo de afiliação política. Estamos livres para nos centrarmos no essencial: investigar o poder (público e privado), apresentar factos e informar a população.

Não podemos, por isso, deixar de responder a Pedro Abreu que neste artigo se referiu ao nosso jornal como um dos "periódicos digitais de desinformação negacionista".

Ora, como referimos, as nossas notícias estão sustentadas em evidências e factos, não tendo a sua veracidade sido posta em causa em algum momento.

Por isso, apenas poderemos "desinformar" se a sua definição de "desinformação" incluir informação verdadeira, ou "opiniões proibidas", que contrariem algumas narrativas oficiais.

Mas se a acusação de "desinformação" pode ser usada apenas para colmatar alguma preguiça mental ou evitar o "mercado de ideias" quando não há argumentos, a associação ao "negacionismo" é bem mais grave. Até pelo facto de hoje ser evidente que muitos dos que foram insultados durante a crise covid tinham posições legítimas, ou estavam, mesmo, totalmente certos.

Continuar a usar essa expressão nesta altura denuncia não apenas ignorância e crença cega no poder instalado, mas uma estratégia reiterada para promover o obscurantismo, acicatar ódios e dividir as pessoas.

Este tipo de artigos parece, aliás, retirado de algum romance distópico clássico, tal é o apelo à censura de dissidentes, o recurso a argumentos de autoridade, a evocação de (falsos) consensos, os insultos gratuitos "aos inimigos do povo" e a fé religiosa "nas autoridades".

Tudo em defesa da "Ciência", da democracia e do "Bem-comum", claro.

Orwelliano, sem dúvida.

Lisboa, 2 de Setembro de 2024

Nuno Machado, director do The Blind Spot

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