Greve dos enfermeiros: há serviços sem adesão e outros com 100%

A greve dos enfermeiros de duas horas por turno, a primeira neste molde, teve uma adesão nula em alguns serviços e total noutros. Profissionais de saúde pedem actualização salarial.

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Números para todos os gostos, conforme o serviço: greve dos enfermeiros com adesões entre os 0% e os 100% Tiago Lopes
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A greve dos enfermeiros de duas horas por turno registou esta segunda-feira uma adesão nula em alguns serviços, mas noutros chegou aos 100%, indicou o sindicato que convocou a paralisação por tempo indeterminado.

"A adesão não é uniforme. Temos serviços que aderiram a 100%, serviços que aderiam a 50% e serviços em que a adesão foi nula", adiantou à Lusa vice-presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE).

Os enfermeiros iniciaram esta segunda-feira uma greve por tempo indeterminado, de duas horas por turno, nos dias úteis, nas unidades locais de saúde de São João e Santo António (Porto), de Coimbra, Santa Maria e São José (Lisboa).

Segundo Álvara Silva, os serviços de medicina interna registaram uma adesão mais elevada, tendo em conta que são onde as "dificuldades e a sobrecarga de trabalho é maior", e a menor verificou-se nos serviços cirúrgicos.

"Há uma forte pressão para continuar a dar resposta à actividade médica cirúrgica e aí a adesão foi menor", reconheceu a vice-presidente da ASPE, para quem os números de adesão não são "uma questão que esteja a preocupar" a estrutura sindical.

Na terça-feira, a associação sindical espera uma adesão superior à verificada na segunda-feira, disse ainda a dirigente sindical, ao salientar que esta greve é "diferente e nunca foi utilizado este modelo entre os enfermeiros".

"A verdade é que muito poucos enfermeiros podem estar ausentes dos serviços porque os números de enfermeiros considerados como mínimos nesta greve são em tudo semelhantes aos normais do dia-a-dia", referiu Álvara Silva.

A paralisação, que decorre no turno da manhã entre as 9h30 e as 11h30 e no turno da tarde entre as 16h30 e as 18h30, visa exigir, entre outras reivindicações, a actualização salarial, o fim dos limites à progressão das carreiras e uma quota mínima de 35% de enfermeiros na categoria de especialistas.

Estão garantidos serviços mínimos para a prestação de cuidados de enfermagem urgentes e inadiáveis por duas horas, bem como para tratamentos em curso de quimioterapia, radioterapia, administração de sangue e derivados e antibioterapia.

A greve abrange centros de saúde e hospitais (consultas externas, internamentos e serviços de imagiologia e de outros exames de diagnóstico ou de terapêutica).