O turismo como técnica de monocultivo
O risco é o da submissão da vida urbana a uma simplicidade representacional inspirada em lugares-comuns que apostam no turismo como técnica de monocultivo.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as cidades. E agora a Baixa está em baixo. Vem perdendo o seu brilho. Vão-se-lhe os dedos e ficam só os anéis: belos monumentos à míngua de olhos que os mirem, estátuas tristes dando o flanco desprotegido aos graffitti e às pombas, testemunhando o esvaziamento populacional, a ausência do torvelinho que fazia das Baixas lugares densos, habitados, envolventes. Enfim, a Baixa está cabisbaixa. (…) E os lugares antes densos da Baixa são agora, a partir do fim do dia, terras-de-ninguém, espaços ocos, entregues ao escoar lento da cidade noturna, despovoada e à mercê de intrusos e inquietações.”
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.