O turismo como técnica de monocultivo

O risco é o da submissão da vida urbana a uma simplicidade representacional inspirada em lugares-comuns que apostam no turismo como técnica de monocultivo.

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“Mudam-se os tempos, mudam-se as cidades. E agora a Baixa está em baixo. Vem perdendo o seu brilho. Vão-se-lhe os dedos e ficam só os anéis: belos monumentos à míngua de olhos que os mirem, estátuas tristes dando o flanco desprotegido aos graffitti e às pombas, testemunhando o esvaziamento populacional, a ausência do torvelinho que fazia das Baixas lugares densos, habitados, envolventes. Enfim, a Baixa está cabisbaixa. (…) E os lugares antes densos da Baixa são agora, a partir do fim do dia, terras-de-ninguém, espaços ocos, entregues ao escoar lento da cidade noturna, despovoada e à mercê de intrusos e inquietações.”

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