Nuno Borges está cada vez melhor no US Open

Tenista português volta a defrontar Daniil Medvedev nos oitavos-de-final de um torneio do Grand Slam.

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Nuno Borges em acção diante de Jakub Mensik SARAH YENESEL / EPA
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Quando deixou o circuito universitário dos EUA para se tornar profissional, Nuno Borges nunca pensou em integrar o top 100 do ténis mundial, muito menos conquistar um título no ATP Tour, o que aconteceu em Julho. O tenista da Maia confessou há dias que o seu próximo objectivo é ganhar um torneio da categoria ATP 500, porque se sente muito longe de poder vencer um título do Grand Slam. Contudo, os resultados nos majors são cada vez mais consistentes e, ao ultrapassar a terceira ronda no US Open, Borges repetiu a proeza de Janeiro, quando foi travado nos oitavos-de-final do Open da Austrália por Daniil Medvedev – que vai defrontar novamente em Nova Iorque, na segunda-feira.

A terceira vitória de Borges no US Open será inesquecível, em especial o quarto set. O número um português liderou por 5-2, mas, quando serviu para fechar a partida, cometeu três duplas-faltas para facilitar o break de Jakub Mensik (65.º). No tie-break, o checo de 19 anos (o mais novo do top 100) liderou por 6/3, mas Borges salvou os três match-points, para gáudio das centenas de adeptos que, no court 17, criaram um ambiente fantástico e ruidoso, como Borges bem conhece da sua experiência universitária. Com o adversário destroçado, mental e fisicamente, Borges dominou o derradeiro set e, muito emocionado, celebrou a vitória, por 6-7 (5/7), 6-1, 3-6, 7-6 (8/6) e 6-0, em 3h54m.

"Foi uma grande montanha-russa, uma grande, grande vitória. Se calhar, não foi o meu melhor jogo, mas estou muito contente pela forma como lutei até ao fim, mesmo quando não joguei tão bem. Podia perfeitamente ter caído para o outro lado. Apesar de não ter sido um grande jogo, fiquei satisfeito. O ténis é mesmo assim, dois ou três pontos podem mudar tudo e este encontro foi um grande exemplo disso. Agora, é continuar a descansar e a sonhar cada vez mais alto", disse à agência Lusa.

As 11 duplas-faltas de Borges foram compensadas com a eficácia no primeiro serviço, onde ganhou 74% dos pontos – e mesmo no segundo esteve melhor que Mensik (50% contra 38%) –, na rede, onde obteve 73% de aproveitamento, e na resposta, onde ganhou 79 pontos.

Borges iguala a sua melhor prestação em torneios do Grand Slam, obtida na Austrália, a de João Sousa no US Open (oitavo-finalista em 2018) e garante um novo melhor ranking, com a subida assegurada do 34.º para o 30.º posto – a dois do recorde de Sousa. Mas é o primeiro tenista luso a disputar os “oitavos” em singulares e pares no mesmo major. Neste domingo, Borges e Francisco Cabral defronta ainda os australianos Max Purcell e Jordan Thompson, sétimos cabeças de série e recentes finalistas em Wimbledon.

Medvedev (5.º) é o único sobrevivente no quadro masculino que já triunfou no US Open e qualificou-se para os “oitavos”, ao derrotar o italiano Flavio Cobolli (31.º), por 6-3, 6-4 e 6-3. Nos restantes duelos da metade superior do quadro, Jannik Sinner (1.º) decide um lugar nos quartos-de-final com Tommy Paul (14.º), Alex de Minaur (10.º) enfrenta o também australiano Jordan Thompson (32.º) e Jack Draper (25.º) defronta Tomas Machac (39.º).

Na parte de cima do torneio feminino, os “quartos” ficaram assim arrumados: Iga Swiatek (1.ª)-Liudmila Samsonova (16.ª), Jessica Pegula (6:ª)-Diana Shnaider (18.ª), Beatriz Haddad Maia (21.ª)-Caroline Wozniacki (71.ª) e Jasmine Paolini (5.ª)-Karolina Muchova (52.ª).

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