Bombardeamentos israelitas matam dezenas de pessoas em Gaza

Autoridades de saúde continuam preparativos para vacinação contra poliomielite.

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Khan Younis voltou a ser alvo do exército israelita REUTERS/Hatem Khaled
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Os ataques israelitas de sábado mataram pelo menos 48 pessoas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades sanitárias palestinianas, enquanto decorriam confrontos nas zonas central e sul do enclave, antes do início previsto de uma campanha de vacinação contra a poliomielite.

As Nações Unidas deverão começar a vacinar contra a poliomielite cerca de 640 mil crianças no território, com base em pausas diárias de oito horas nos combates entre as forças israelitas e os militantes do Hamas em zonas específicas do enclave sitiado.

Yousef Abu Al-Reesh, vice-ministro da saúde de Gaza, afirmou que as equipas de vacinação tentarão chegar ao maior número possível de áreas para garantir uma ampla cobertura, mas disse que só um cessar-fogo abrangente poderia garantir que um número suficiente de crianças fosse atingido.

“Se a comunidade internacional quer realmente que esta campanha seja bem sucedida, deve pedir um cessar-fogo, sabendo que este vírus não pára e pode chegar a qualquer lugar”, disse aos jornalistas no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul do país.

No sábado, os médicos administraram vacinas a algumas das crianças nas enfermarias do Hospital Nasser, numa acção simbólica antes do início da campanha oficial. Segundo os responsáveis da OMS, para que a campanha seja bem sucedida, é necessário que pelo menos 90% das crianças sejam vacinadas duas vezes, com um intervalo de quatro semanas entre as doses, mas a campanha enfrenta enormes desafios em Gaza, que foi em grande parte destruída por quase 11 meses de guerra.

Morreram nove pessoas da mesma família

No sábado, enquanto mais de 2.000 trabalhadores médicos e comunitários se preparavam para o início da campanha, médicos em Nuseirat, um dos oito campos de refugiados históricos da Faixa de Gaza, disseram que ataques israelitas separados mataram pelo menos 19 pessoas, incluindo nove membros da mesma família.

Mais de 30 outras pessoas foram mortas numa série de ataques noutras zonas de Gaza, segundo os médicos. Moradores e fontes militantes afirmaram que combatentes do Hamas, da Jihad Islâmica e de outros grupos lutaram contra as forças israelitas no bairro de Zeitoun, no norte da Faixa de Gaza, onde há dias operam tanques, e em Rafah, perto da fronteira com o Egipto.

As forças armadas israelitas afirmaram, em comunicado, que continuavam a operar no centro e no sul da Faixa de Gaza. As tropas mataram militantes e desmantelaram infra-estruturas militares na cidade de Gaza, enquanto localizaram armas e mataram homens armados em Tel Al-Sultan, no oeste de Rafah.

Em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, as famílias regressaram às suas áreas depois de o exército ter posto fim a uma ofensiva de 22 dias que, segundo o exército, tinha por objectivo impedir o reagrupamento do Hamas. As imagens mostram que grandes áreas foram arrasadas e que edifícios e infra-estruturas foram destruídos.

Os médicos disseram ter recuperado pelo menos nove corpos na zona onde o exército actuou. Na Cisjordânia ocupada, as forças israelitas prosseguiram com uma operação militar na cidade de Jenin. Drones e helicópteros circulavam por cima da cidade, enquanto se ouviam disparos esporádicos.