Regulador e Inspecção-Geral da Saúde abrem processo para esclarecer assistência a grávida no Hospital de Cascais

Em causa está o caso de um casal que perdeu o filho às 26 semanas de gestação e que diz querer processar o hospital de Cascais por negligência médica.

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Hospital de Cascais ter-se-á escudado no sigilo profissional e na protecção de dados, recusando esclarecer se abriu um inquérito interno Enric Vives-Rubio
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A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) instauraram um processo de esclarecimento e outro de avaliação à assistência prestada a uma utente com seis meses de gestação, assistida no Hospital Dr. José de Almeida (Cascais) no dia 16 de Agosto. Segundo fazem saber ambos os organismos, em comunicado conjunto enviado às redacções nesta sexta-feira, o processo tem como objecto a prestação de cuidados neonatais naquela unidade de saúde.

Em causa está o caso de um casal que perdeu o filho às 26 semanas de gestação e que diz querer processar o hospital de Cascais por negligência médica, conforme noticiou a SIC Notícias na quinta-feira. Segundo o casal, não houve qualquer tipo de complicação durante a gravidez até ao dia em que a grávida, de 37 anos, teve uma perda de sangue e entrou nas Urgências do hospital de Cascais. A mulher, Daiane Oliveira, terá deixado de sentir o bebé cinco dias depois dessa ida ao serviço de urgência e regressou ao hospital.

De acordo com o relato feito pela SIC Notícias, o “feto não tinha frequência cardíaca e a nota de alta fala em morte por asfixia ou falta de oxigénio”. O parto induzido terá demorado 16 horas e o casal queixa-se de falta de assistência depois de terem estado sozinhos no momento em que o parto aconteceu. Desde logo, foi-lhes dito que o apoio psicológico só iria chegar dali a oito semanas.

Quase dez dias depois do parto, os pais queixavam-se de ainda não saberem quando é que o corpo iria sair da morgue, nem o resultado da autópsia. Depois de a SIC ter noticiado o caso e pedir esclarecimentos ao hospital, Welton Cardoso, o pai do bebé, foi contactado para ir levantar o corpo para o funeral. Já nesta quinta-feira, o casal foi informado de que só na próxima semana vai receber o resultado da autópsia.

Em resposta à SIC, o hospital de Cascais ter-se-á escudado no sigilo profissional e na protecção de dados, recusando esclarecer se abriu um inquérito interno e se o caso foi comunicado às autoridades.

“Neste âmbito, a ERS e a IGAS, no quadro das respectivas atribuições, irão cooperar na investigação deste caso”, refere a nota à imprensa dos dois organismos.

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