Já não há doentes com cancro à espera acima do prazo máximo, diz Gandra d’Almeida

A 5 de Agosto, havia mais de 1400 doentes oncológicos à espera de uma cirurgia acima do tempo máximo de resposta. Mas Gandra d’Almeida diz que agora já não há doentes nesta situação.

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Director executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra d'Almeida, assegura que o Verão não correu mal no SNS: "Demos resposta" DR
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Há 40 mil doentes em lista de espera para cirurgias de todo o tipo de patologias que já ultrapassaram o tempo máximo de resposta previsto na lei, declarou esta quinta-feira à noite o director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d'Almeida, na sua primeira entrevista a uma estação de televisão, a SIC Notícias. Mas assegurou que o programa de regularização de lista de espera para cirurgia oncológica (OncoStop) - a área considerada prioritária pelo Governo e uma das 15 medidas urgentes do Plano de Emergência e Transformação na Saúde - está concluído e que já não há doentes oncológicos a aguardar acima do prazo considerado clinicamente aceitável. “Neste momento não temos”, asseverou.

Em 5 de Agosto passado, porém, e de acordo com os dados que esta semana deixaram de estar disponíveis no site dedicado ao plano de emergência no Portal do SNS, havia ainda mais de 1400 doentes com cancro nesta situação. A crer nas declarações de Gandra d'Almeida terão sido todos operados, entretanto.

Questionado sobre uma notícia esta quinta-feira avançada pelo jornal Observador – que foi olhar em detalhe para as 15 medidas urgentes deste plano, que deviam ter ficado concluídas até ao final deste dia tal como o OncoStop, para concluir que "70%" ainda não estão concretizadas -, o director executivo afirmou que o Ministério da Saúde vai dar “novidades” esta sexta-feira e explicar “em que ponto estamos”. Mas o PÚBLICO apurou que se terá tratado de um lapso e a tutela só vai apresentar um balanço do plano de emergência na próxima semana.

SNS Grávida fez 25 mil atendimentos

Gandra d'Almeida adiantou, aliás, apenas dados sobre uma das 15 medidas urgentes, a linha SNS Grávida, especificando que “fez 25 mil atendimentos”, evitando “cerca de 30% de idas à urgência”. Revelou ainda que, neste Verão e até à data, apenas foi necessário transferir 27 partos do SNS para os hospitais privados.

A jornalista pediu-lhe que comentasse o encerramento de mais de uma dezena de urgências previsto para este fim-de-semana – nomeadamente todas as três urgências de ginecologia e obstetrícia da margem Sul do Tejo -, e Gandra d'Almeida respondeu que a direcção executiva ainda está a “tentar reverter” alguns destes fechos mas sublinhou que o SNS tem estado a funcionar em rede. “O Verão não correu mal, nós demos resposta”, rematou.

Reconheceu ainda que existe “um grande descontentamento” entre os profissionais do SNS mas assegurou que há “uma grande disponibilidade para os ouvir e apoiar”. “Claro que o dinheiro, como em tudo, é importante. Mas as pessoas precisam de mais do que dinheiro”, é preciso apostar noutras medidas para além dos aumentos salariais, como as carreiras, exemplificou.

Sobre a dimensão do trabalho que herdou do anterior director executivo, Fernando Araújo, afiançou que houve transferência de pastas e enfatizou que o seu antecessor “encabeçou a maior transformação dos últimos anos no SNS”.

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