Apagão deixa Caracas e outras regiões da Venezuela às escuras

Corte de energia da Venezuela deixou 83% do país sem ligação à Internet. Relatos de apagões chegam pelas redes sociais um pouco por todo o país desde as 4h40 locais. Maduro ainda não falou.

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Imagem de arquivo. Os venezuelanos estiveram sob um apagão generalizado em Março e Abril de 2019 por causa da uma falha na maior central hidroeléctrica do país CARLOS GARCIA RAWLINS / REUTERS
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Um corte de energia na Venezuela deixou a capital Caracas e outras regiões do país às escuras. O apagão começou às 4h40 locais desta sexta-feira, mais cinco horas em Lisboa. Todos os estados venezuelanos estão a ser atingidos pela falha no fornecimento de energia, quase todos com um apagão total ou quase total, avançou a organização não-governamental VE Sin Filtro. Segundo a mesma fonte, a ligação à Internet em todo o país caiu para menos de 20%.

Estão a circular nas redes sociais várias imagens que mostram cidades inteiras às escuras, incluindo Caracas, Vargas, Miranda, Aragua, Carabobo, Yaracuy, Lara, Mérida, Táchira, Barinas, Trujillo, Zulia, Anzoátegui, Monagas, Guárico, Bolívar e Nueva Esparta. Jesús Medina Ezaine, um utilizador da rede social X, confirmou que há "um mega apagão" em Caracas e "várias cidades do país estão sem energia eléctrica".

Outro internauta, David Sosa, iniciou uma thread — uma linha de mensagens sob a publicação original escrita por si mesmo — em que desafia os seguidores a reportar o acesso à electricidade nas cidades venezuelanas em que se encontram. Multiplicam-se os registos de residentes na Venezuela que estão sem luz e os vídeos que demonstram a extensão do apagão. "A história repete-se", lamentou David Sosa no X.

O apagão desta sexta-feira, cuja gravidade ainda não é possível apurar, traz à memória os seis dias de corte de energia que atingiram a Venezuela em 2019. Há cinco anos, uma série de cortes generalizados de energia eléctrica deixou milhões de pessoas às escuras entre os dias 7 e 13 de Março, com o fenómeno a repetir-se mais pontualmente ao longo das semanas seguintes. A falha teve origem na Central Hidroeléctrica de Simón Bolívar, que fornece energia a 70% da população.

Na altura, Nicolás Maduro atribuiu o apagão nacional a uma série de alegados ataques à rede eléctrica da Venezuela por sabotadores e oponentes ao regime, supostamente com a conivência dos Estados Unidos da América. Agora, o ministro de Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, afirmou que os primeiros registos de dificuldades no acesso à luz começaram ainda na terça-feira às 19h45 locais (às 00h45 de quarta-feira em Portugal Continental).

O apagão, segundo o governante, aconteceu na sequência de um "ataque terrorista" que atingiu a uma torre de transmissão. O ministro da Energia Eléctrica, Eliéser Márquez, já estará "a trabalhar numa solução". A VTV, uma rede de canais de televisão venezuelana, já tinha afirmado que o apagão está relacionado com um alegado acto de sabotagem eléctrica e que já há equipas no terreno — em Caracas, na cidade de Miranda e na Central Hidroeléctrica de Simón Bolívar (também conhecida popularmente como Guri) — a trabalhar para restabelecer o acesso à rede.

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