As plataformas para o inferno

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Em todo o lado e por diversos meios – livros, jornais, revistas, documentários, ficções narrativas e, como não podia deixar de ser, no medium de todos os media, a rede das redes digitais, a Internet – circula um discurso que se dedica, com a ajuda de muita psicologia e sociologia, ao diagnóstico de uma doença, de uma epidemia como nunca houve outra na história da humanidade, adoptando muitas vezes um tom apocalíptico que tem sempre o dom do fascínio: o discurso sobre os malefícios da rede, das plataformas, de tudo o que elas oferecem e suscitam sem ser preciso mais do que um telefone inteligente munido de um ecrã, um smartphone, que do ponto de vista de uma arqueologia dos media (atenção: não é o mesmo que uma história) é um condensado de computador, telégrafo, ecrã de televisão, aparelho de rádio, câmara fotográfica, gravador de som, calculadora e muitas outras coisas.

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