Comité Paralímpico autoriza que atletas mostrem tatuagem dos anéis olímpicos

O comité via nos cinco anéis uma “propaganda” ao símbolo dos Jogos Olímpicos. Os atletas que os tivessem tatuados tinham que os tapar para não serem desclassificados.

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Comité Paralímpico autoriza que atletas mostrem tatuagem dos anéis olímpicos Kai Pfaffenbach/Reuters
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Os atletas dos Jogos Paralímpicos tiveram, durante anos, uma regra a cumprir sob pena de serem desclassificados: não podiam ter tatuados logótipos de marcas e, principalmente, os cinco anéis conhecidos mundialmente como o símbolo dos Jogos Olímpicos. Se os tivessem, estavam proibidos de os exibir durante a competição paralímpica.

A medida foi aplicada porque o Comité Paralímpico Internacional (IPC, na sigla original) considerava que os anéis — que, na verdade, simbolizam cinco dos seis continentes — “confundiam o público” que os podia associar à marca dos Olímpicos. No entanto, escreve o The New York Times, dias antes do início da competição de 2024 e sem qualquer justificação, a organização mudou de ideias.

Segundo o mesmo jornal, num email enviado na sexta-feira, dia 23 de Agosto, Craig Spence, director da marca IPC, anunciou, sem adiantar mais detalhes, que os atletas paralímpicos já não precisam de esconder a tatuagem dos anéis olímpicos.

A competição de 2024 começou esta quarta-feira, dia 28 de Agosto, em Paris, termina a 8 de Setembro e conta com a participação de mais de 4 mil atletas, 27 dos quais portugueses, que competem em 22 modalidades.

O logótipo dos Paralímpicos, conhecido como Agitos, é diferente dos cinco anéis: consiste em três traços (um vermelho, um azul e um verde) em formato de meia-lua que significa “estar em movimento”.

Em entrevista ao The New York Times, Rudy Garcia-Tolson, nadador paralímpico cinco vezes medalhado, disse concordar com a decisão do IPC, desde logo porque durante anos foi afectado pela proibição.

Tatuou os anéis olímpicos na parte superior das costas aos 16 anos, sendo que para competir tinha de os tapar com um marcador. Em 2021, durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio, foi inicialmente desclassificado porque a tinta acabou por sair em contacto com a água e deixou a tatuagem à vista. A decisão acabou por ser revertida depois de Rudy ter reclamado.

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Rudy Garcia-Tolson tinha de cobrir a tatuagem com um marcador Andrew Winning/Reuters

“Ter um logótipo no nosso corpo que signifique o nosso percurso, a nossa experiência como atletas — é importante para muitos de nós”, acrescentou o atleta de 35 anos.

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