Consultora BCG pagou subornos para ganhar negócios em Angola

A Boston Consulting Group (BCG) admitiu que entre 2011 e 2017 houve funcionários seus em Lisboa que pagaram subornos para que a consultora ganhasse contratos em Angola

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Luanda POOL New / REUTERS
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A Boston Consulting Group (BCG) admitiu que pagou subornos para conseguir negócios em Angola, tendo acordado com o Departamento de Justiça dos EUA restituir 14,4 milhões de dólares (12,8 milhões de euros) em lucros.

Segundo uma nota da BCG publicada esta quarta-feira no seu site, entre 2011 e 2017, alguns funcionários "pagaram indevidamente a terceiros para garantir negócios".

"Ao descobrir isso, a BCG prontamente auto-denunciou o assunto ao Departamento de Justiça dos EUA (DoJ, na sigla em inglês)", lê-se na nota, sendo que a BCG "retirou os indivíduos da empresa e, desde então, fechou o escritório em Luanda, Angola".

Os subornos em causa foram pagos através do escritório em Lisboa, de acordo com uma investigação do Departamento de Justiça.

"Certos funcionários da BCG em Portugal tomaram medidas para ocultar a natureza do trabalho do agente para a BCG quando surgiram questões internas, inclusive retrodatando contratos e falsificando o suposto produto de trabalho do agente", disse o DoJ.

Como a BCG teve a iniciativa de denunciar o caso, acabou por conseguir chegar a acordo com o DoJ.

O grupo diz que o DoJ se "recusou a processar a BCG sob o Foreign Corrupt Practices Act por conduta relacionada a certas atividades de funcionários em Angola de 2011 a 2017". Esta decisão foi justificada com a "auto divulgação voluntária, a cooperação total e as melhorias de conformidade da BCG", explica.

Neste acordo, a BCG vai desembolsar 14,4 milhões de dólares, "que o DOJ calculou para refletir os lucros da BCG com o trabalho impactado em Angola"