Portugal disponível para doar cerca de 2000 doses de vacinas contra mpox a África

Comissão Europeia tinha pedido aos países europeus para oferecerem parte da sua reserva nacional de vacinas contra a mpox. Oferta de Portugal ronda os 10% a 15% das doses disponíveis.

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A vacinação contra a mpox é particularmente importante em países como a República Democrática do Congo, que tem a maioria dos casos sem ter acesso a vacinas RUNGROJ YONGRIT / EPA
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O Ministério da Saúde anunciou esta quinta-feira que está disponível para “ceder entre 10% a 15%” da reserva de vacinas contra a mpox (anteriormente conhecida como varíola-dos-macacos). Esta percentagem de vacinas corresponde a um valor entre as 1500 e as 2250 doses de vacinas contra o vírus, que tem provocado uma série de surtos no continente africano – e alarmado o resto do mundo.

Portugal tem, neste momento, 15 mil doses de vacinas na reserva nacional, segundo a informação dada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) ao PÚBLICO na passada quarta-feira.

Portugal é o quinto país europeu a responder ao pedido da Comissão Europeia para que os estados-membros doassem parte do seu stock para ajudar os países africanos a combater os surtos em curso – nomeadamente na República Democrática do Congo, que contabiliza mais de 90% dos casos e não tem acesso a quaisquer vacinas. Além de Portugal, já se mostraram disponíveis para enviar parte da sua reserva a Espanha (que doará 500 mil doses), a Bélgica (215 mil), a França e a Alemanha (ambas com 100 mil). Além destes, a Comissão Europeia também doará 215 mil doses, das que já tinham sido previamente encomendadas à farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic – responsável pelo fabrico da vacina Imvanex (ou Jynneos, nos Estados Unidos).

Esta é uma das duas vacinas aprovadas na República Democrática do Congo para combater a doença – quer preventivamente, quer para vacinar os contactos de casos confirmados antes do aparecimento de sintomas. A outra vacina aprovada é a LC16, da empresa KM Biologics, que tem a vantagem de ser indicada também para crianças, que constituem a maioria dos infectados neste país da África Central.

A ministra da Saúde espanhola, Mónica García, tinha apelado a que todos os países doassem pelo menos 20% da sua reserva nacional – no caso espanhol, isso correspondeu às 500 mil doses de vacinas. Em Portugal, isso significaria um ligeiro aumento para as 3000 doses.

No actual surto de mpox, centrado em África, os casos identificados são, sobretudo, da variante Ia, cuja letalidade e transmissibilidade é historicamente maior do que a da variante IIb, que provocou o surto global em 2022. Desde o início do ano, só a República Democrática do Congo teve mais de 15 mil casos suspeitos de mpox. Parte destes casos pertencem a uma outra variante nova, a Ib, da qual ainda se conhece pouco, mas que tem alastrado para países vizinhos.

A circulação de múltiplas variantes, incluindo uma nova e da qual se conhece muito pouco, motivaram a declaração de emergência internacional de saúde pública por parte da Organização Mundial de Saúde a 14 de Agosto. Já entre Julho de 2022 e Maio de 2023 tinha vigorado este estatuto para a mpox – que agora voltou ao topo das preocupações da saúde pública global.

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