A época de Daniel Evans vai, afinal, ficar na história
Carlos Alcaraz somou a 60.ª vitória em 70 encontros realizados em torneios do Grand Slam.
Daniel Evans entrou para a história ao vencer o mais longo encontro de singulares masculinos do US Open. Actualmente fora do top 100, o tenista britânico e antigo 21.º mundial recuperou de 0-4 no quinto set para derrotar Karen Khachanov, por 6-7 (6/8), 7-6 (7/2), 7-6 (7/4), 4-6 e 6-4, ao fim de 5h35m. O anterior recorde pertencia ao duelo de 1992, quando Stefan Edberg venceu Michael Chang nas meias-finais, após 5h26m – o quarto-de-final de 2022, ganho (6-3, 6-7, 6-7, 7-5, 6-3) por Carlos Alcaraz sobre Jannik Sinner, durou 5h15m.
O court 6 do Billie Jean King National Tennis Center foi pequeno para as centenas de adeptos que quiseram testemunhar o momento. Todos os sets duraram mais de uma hora com o derradeiro a chegar aos 72 minutos. “Foi uma longa batalha. Estou com uma grande dor de cabeça, só quero ir para a cama”, confessou Evans, que ainda teve forças para satisfazer os inúmeros pedidos dos fãs.
“Acho que joguei muito bem durante a maior parte do encontro. Obviamente que estava a lutar fisicamente, mas ele também. Em cada ponto, estava realmente a lutar com as minhas pernas. Quando se é mais novo, dizem-nos para lutar até ao fim, é uma espécie de regra número um. Tenho-o feito de forma bastante consistente na minha carreira. De alguma forma, isso hoje valeu a pena”, contou Evans (184.º).
O tenista de 34 anos tem protagonizado uma época para esquecer, com apenas quatro vitórias em 21 encontros realizados até chegar a Nova Iorque e preferiu não defender o título conquistado no ano passado, em Washington, para ter a “honra” de jogar pares com Andy Murray nos Jogos Olímpicos. Agora, venceu um adversário do top 100 pela primeira vez desde Março e logo o cotado Khachanov, oitavo do ranking mundial.
Na noite de terça-feira, Carlos Alcaraz, campeão em Roland Garros e Wimbledon, somou a 60.ª vitória (15.ª consecutiva) em 70 encontros realizados em torneios do Grand Slam, derrotando o qualifier australiano Li Tu (186.º), por 6-1, 4-6, 6-3 e 6-1. Só John McEnroe ganhou tantos encontros em majors mais rapidamente.
Li Tu, que nunca tinha enfrentado um adversário do top 50, nunca competido no quadro principal de um major e muito menos num palco tão imponente como o Arthur Ashe Stadium, surpreendeu o espanhol no segundo set, embora tenham sido precisos cinco set-points. Mas a partir do 2-3 do terceiro set, Alcaraz tomou o controlo do encontro.
Ao derrotar Dusan Lajovic (66.º), por 6-3, 3-6, 6-3 e 6-1, Daniil Medvedev tornou-se no terceiro jogador em actividade com mais de 80% de sucesso em hardcourts, juntando-se a Novak Djokovic e Alcaraz.
Já ontem, Alexander Zverev eliminou Alexandre Muller (77.º), por 6-4, 7-6 (7/5) e 6-1, e confirmou a presença na terceira ronda da prova, assim como Grigor Dimitrov (9.º) e Frances Tiafoe (20.º).
No torneio feminino, as principais favoritas a ultrapassarem a segunda ronda foram a campeã olímpica Qinwen Zheng, Madison Keys (14.ª) e Paula Badosa (29.ª). Na jornada de terça-feira, Jasmine Paolini (5.ª) estendeu o recorde de vitórias em majors este ano para 16, ao eliminar Bianca Andreescu (167.ª), vencedora do US Open em 2019, enquanto Sofia Kenin (54.ª), campeã do Open da Austrália de 2020, eliminou Emma Raducanu (72.ª), vencedora em 2021.