Canadá vai impôr taxa de 100% sobre carros eléctricos feitos na China

Canadá vai seguir o exemplo dos Estados Unidos e da União Europeia e taxar a 100% as importações de veículos eléctricos chineses. Novas taxas serão impostas a partir de Outubro.

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Canadá vai taxar a 100% as importações de veículos eléctrico produzidos na China ALEX PLAVEVSKI / EPA
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O Canadá vai seguir o exemplo dos Estados Unidos e da União Europeia e taxar a 100% as importações de veículos eléctricos chineses. A medida aplica-se a todos os carros eléctricos provenientes da China, o que inclui os fabricados pela Tesla.

As importações canadianas de automóveis da China para o seu maior porto, Vancouver, aumentaram 460% em 2023, quando a Tesla começou a enviar veículos eléctricos fabricados em Xangai para o Canadá. As novas taxas serão impostas a partir de 1 de Outubro.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que Otava quer combater o que apelidou de política intencional de excesso de capacidade dirigida pela China. "Penso que todos sabemos que a China não está a jogar pelas mesmas regras", disse Trudeau aos jornalistas. " O que é importante neste caso é que o estamos a fazer em alinhamento e em paralelo com outras economias de todo mundo", disse Trudeau à margem de uma reunião de três dias do seu gabinete em Halifax, Nova Escócia.

A China é o segundo maior parceiro comercial do Canadá, embora esteja muito atrás dos Estados Unidos. A Tesla não divulga as suas exportações chinesas para o Canadá. No entanto, os códigos de identificação dos veículos revelam que os modelos Model 3 compact sedan e Model Y crossover estavam a ser exportados de Xangai para o Canadá.

"Trata-se de uma sobretaxa de 100% sobre todos os veículos eléctricos fabricados na China. Se as empresas que actualmente fabricam veículos na China optarem por transferir a sua produção para um país diferente, deixarão de ser abrangidas por esta tarifa", disse um funcionário do Governo.

A Tesla não respondeu a um pedido de comentário, mas as acções do fabricante de automóveis mais valioso do mundo caíram 3%.

Na semana passada, a Comissão Europeia decidiu baixar as taxas de importação sobre carros eléctricos fabricados na China, uma decisão que abrange tanto as marcas chinesas presentes no mercado único europeu (BYD, Geely e SAIC) como marcas europeias (Volkswagen, BMW) ou norte-americanas (Tesla) que produzem automóveis eléctricos na China.

Bruxelas mantém a intenção de combater a vantagem competitiva que as ajudas de Estado concedidas por Pequim dão às marcas que fabricam na China, mas alivia ligeiramente as taxas alfandegárias que tinha proposto a 4 de Julho.

Os modelos da BYD terão uma taxa acrescida de 17% (e não 17,4%), os da Geely (dona da Volvo) pagarão mais 19,3% (em vez de 19,9%) na importação para a União Europeia (UE), os da SAIC ficarão 36,3% (e não 37,6%) mais caros quando entrarem no mercado único e os da Tesla terão uma taxa agravada em 9% (em vez de 20,8%).

Otava continuará a trabalhar com os Estados Unidos e outros aliados para garantir que os clientes em todo o mundo não são "penalizados injustamente por práticas não comerciais de países como a China", garantiu Trudeau.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou em Maio a quadruplicação das taxas sobre os veículos eléctricos chineses para 100%, bem como novas tarifas de 25% para baterias de iões de lítio e outros bens estratégicos, incluindo o aço, para proteger as empresas do excesso de produção chinesa. A implementação das tarifas norte-americanas foi adiada até Setembro e existe a possibilidade de as taxas planeadas serem suavizadas esta semana.

Otava está a tentar posicionar o Canadá como uma parte crítica da cadeia de abastecimento global de veículos eléctricos e foi pressionado pela indústria nacional a agir contra a China, tendo revelado também a intenção de aumentar a taxa sobre aço e alumínio importados da China para 25%.

O país assinou acordos no valor de milhares de milhões de dólares para atrair os fabricantes de automóveis europeus em todas as partes da cadeia de abastecimento de veículos eléctricos. "Sentimo-nos vingados e motivados. Vamos agora defender o nosso mercado com o melhor da inovação e da determinação canadianas", declarou Flavio Volpe, presidente da Associação dos Fabricantes de Peças para Automóveis.