Portugal “preparado para competir” nos Jogos Paralímpicos

Arranca na quarta-feira a edição de 2024 dos Jogos Paralímpicos, que contarão com uma comitiva portuguesa reduzida, composta por 27 atletas.

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Norberto Mourão vai ser o representante português na paracanoagem CPP
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É já amanhã que é dado, em Paris, o tiro de partida para os Jogos Paralímpicos 2024. E os atletas portugueses estarão em França para “competir e não apenas para participar”, garante o presidente da Comissão de Atletas Paralímpicos, destacando a importância da equiparação das condições de preparação à dos olímpicos no actual ciclo.

“A Missão está motivada, vamos para competir, ninguém vai lá só para participar”, garantiu o nadador Daniel Videira, que lidera a comissão de atletas desde 2023, lembrando que em Paris2024 os 27 portugueses da comitiva “vão estar a competir com os melhores dos melhores”.

Daniel Videira disse estar certo de que “os atletas estão preparados” e considerou que os Jogos Paris2024 vão ser especiais, mesmo para os atletas que estiveram há três anos no Japão. “Os Jogos Tóquio2020 [disputados em 2021] foram muito condicionados pela pandemia de covid-19, portanto, na verdade, estes vão ser os verdadeiros primeiros Jogos”.

O presidente da comissão de atletas, que somará em Paris a sua segunda participação paralímpica, considera que a equiparação das condições de preparação à dos olímpicos no ciclo Paris2024 foi uma mais-valia e permitiu um maior foco na preparação para a competição.

“A preparação ter sido ao mesmo nível dos atletas olímpicos no que diz respeito a bolsas e prémios ajudou muito a que os atletas possam perceber que isto pode ser uma forma de vida e se possam focar no seu desporto”, afirmou Daniel Videira.

O nadador do GesLoures considerou que a equidade entre atletas olímpicos e paralímpicos, que tem vindo a ser feita de forma gradual e que neste ciclo foi completada, permite que os atletas possam também planear o seu futuro.
“Sabemos que o desporto não pode ser sempre a este nível ao longo da vida. Mais tarde ou mais cedo, acaba, mas enquanto somos atletas, podemos pensar no nosso futuro e trabalhar para atingir os nossos objectivos”, acrescentou.

“Aumentar a base”

Daniel Videira junta-se ao apelo, já feito por vários responsáveis do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), da necessidade de renovação no desporto paralímpico. “Agora, com as condições equiparadas, o grande desafio é o trabalho de base, que permita o aparecimento de novos atletas. Apareceram alguns novos, mas não sabemos se são casos esporádicos ou fruto de um trabalho de base”, afirma.

A quatro anos dos Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028, Daniel Videira deixa o alerta de que “só aumentando a base podem vir os resultados”, ciente de que as “medalhas e os diplomas” pelos quais “todos vão querer lutar em Paris2024” são uma “montra” para que mais pessoas com deficiência cheguem ao alto rendimento.

O contrato-programa de preparação para os Jogos Paralímpicos Paris2024 tem um valor global de 9,2 milhões de euros e as bolsas pagas aos atletas paralímpicos, bem como os prémios pela conquista de medalhas, são iguais às dos atletas olímpicos, valendo uma medalha de ouro um prémio de 50.000 euros, uma de prata 30.000 e uma de bronze 20.000.