Governo do Brasil quer mais voos da TAP. Empresa lança duas novas rotas

Ministro brasileiro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, estará em Lisboa em outubro para falar com a TAP. Em 2023, companhia transportou quase 2 milhões de passageiros entre Brasil e Portugal.

Foto
Governo do Brasil vai pedir mais voos para o país à direção da TAP em reunião marcada para outubro Miguel Manso
Ouça este artigo
00:00
03:15

Os artigos escritos pela equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou IOS.

O Brasil vai pedir que a TAP Air Portugal amplie o número de voos para o país. A solicitação será feita pelo ministro brasileiro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, que aportará em Lisboa em outubro próximo, revelou o governante em entrevista por videoconferência internacional. Antes mesmo dessa requisição, a companhia aérea anunciou a inauguração de mais duas rotas para o Brasil saindo da capital portuguesa, uma, em 3 de setembro, para Florianópolis, Santa Catarina; outra, em 4 de novembro, para Manaus, no Amazonas.

A TAP informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que transportou, no ano passado, quase 2 milhões de passageiros entre Brasil e Portugal, um aumento de 20,3% em relação a 2022 e de 8,4% relativamente a 2019, antes do estouro da pandemia do novo coronavírus. No total, a companhia opera 15 rotas diárias para o Brasil, para 13 destinos. Em maio, suspendeu os voos para Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, por causa das enchentes que destruíram o aeroporto local.

Como já informado em diversas ocasiões pelo presidente da TAP, Luís Silva Rodrigues, a empresa não tem, neste momento, como ampliar a frota de aeronaves, devido ao plano de reestruturação a que está submetida. A companhia tem ajustado as rotas de acordo com as demandas, e o Brasil tem sido beneficiado por ser, individualmente, seu maior mercado. A TAP deve ser privatizada em breve — era já uma intenção do anterior Governo, confirmada no programa do atual. Uma das principais interessadas na aquisição da companhia é a espanhola Iberia, que faz parte do grupo IAG, justamente para consolidar sua presença no Brasil.

Na avaliação de Costa Filho, ainda há um espaço grande para a TAP crescer no Brasil, ampliando voos para outras capitais. Para ele, ao apostar no mercado brasileiro, a companhia portuguesa conseguirá manter os atuais níveis de crescimento, o que resultará em mais capacidade de investimentos, inclusive em novos aviões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também está imbuído da missão de estimular mais voos ligando Brasil e Portugal.

Mercado para Embraer

A meta do governo brasileiro, além da ampliação de voos para o território nacional, é estimular as compras de aviões da Embraer pela TAP. Segundo o ministro, a empresa brasileira iniciou entendimentos para uma possível inclusão de seus jatos no portfólio da companhia portuguesa. Os contatos institucionais com a TAP, acrescentou Costa Filho, estão bem encaminhados.

Ainda no primeiro governo de Lula, a Embraer arrematou o controle da OGMA (Indústria Aeronáutica Portuguesa) e transformou o parque fabril da empresa em um centro de montagem de aeronaves. Dali estão saindo os cargueiros militares KC-390 e os A-29, os Super Tucanos já configurados para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Há, na visão do ministro brasileiro, uma forte conexão entre Brasil e Portugal na indústria aeronáutica.

Além do encontro com a diretoria da TAP, Costa Filho tem agendado, em Portugal, conversas com agências, operadores de viagens e outras companhias aéreas, especialmente as de baixo custo para tentar levá-las a voar para o Brasil. Há uma forte reclamação entre os agentes de turismo da Europa de que falta uma política de Estado do governo brasileiro voltada para o setor.

Sugerir correcção
Comentar