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Walter Areia expressa todo amor pelo filho na canção A décima lua
A família está no centro das obras mais recentes criadas pelo contrabaixista. Ele pretende reunir todas as canções que vem compondo para o projeto Reabraço em um álbum a ser lançado em 2025.
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A família está no centro das obras criadas pelo contrabaixista luso-brasileiro Walter Areia. Sua mais recente composição, A décima lua, uma homenagem ao nascimento de seu primeiro filho, Nuno, acaba de chegar às plataformas digitais. "Esse tema surgiu de uma curiosidade. Estava à espera do nascimento do meu primeiro filho e ouvi falar que, depois do 10º ciclo lunar, a contar da concepção, ele nasceria", diz.
A décima lua é o terceiro single do projeto Reabraço, que vem sendo apresentado musicalmente, um a um, desde 2023. A perspectiva é de que todas as canções integrem um álbum a ser lançado no próximo ano. Areia lembra que A Décima Lua também foi título de seu primeiro disco, premiado no Brasil com o Rumos, do Itaú Cultural. Infelizmente, por questões burocráticas, a coletânea não está mais disponível.
No total, Areia dedicará seis músicas à família. O objetivo, ao seguir por esse caminho, é criar, em cada canção, uma atmosfera de intimidade e aconchego que, na avaliação dele, apenas um abraço é capaz de proporcionar. Esse repertório, ressalta o contrabaixista, soa como uma "amplexoterapia sonora". Não só. Em termos de técnica, o projeto Reabraço marca o retorno à forma mais tradicional de composição, mais próxima da canção, em vez da improvisação de trabalhos anteriores.
Além do filho Nuno, o músico reflete, em suas canções, a influência que recebeu da mãe, uma portuguesa. Essa raiz materna se acentuou a partir de 2016, quando Areia desembarcou em Portugal. Foi, para ele, um acontecimento. Por isso, não esconde a emoção em falar do atual trabalho, que representa uma nova etapa em sua carreira, mas também presta uma homenagem às raízes e à família dele. “Quero que os ouvintes capturem a essência dessa jornada de emoções”, afirma.
Parcerias
O single A décima Lua conta com as participações luxuosas do guitarrista norueguês Steinar Aadnekvam e do pianista Giordanno Barbieri. “Foi um privilégio contar, nessa faixa, com esses dois músicos que admiro profundamente”, ressalta. E emenda: “Sei que essa música não chega nem perto do que meu filho, Nuno, merece, mas é o que tenho para oferecer, ao meu primogênito, meu Norte. Sem ele, a vida seria muito mais dura”.
Areia participou, por 14 anos, da banda Mundo Livre S/A, precursora do movimento Manguebeat, com a qual recebeu, em 2005, a Ordem do Mérito Cultural das mãos do então ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil. Em 2012, levou o Prêmio da Música Brasileira. Além do norueguês Aadnekvam, o luso-brasileiro compôs com parceiros internacionais como o saxofonista colombiano Antonio Arnedo e o co-inventor do Afrobeat, Tony Allen.
Nos palcos, o contrabaixista se apresentou com Arto Lindsay, Naná Vasconcelos e Alceu Valença. Em Lisboa, tem atuado com artistas como Mara, Carlos Menezes, Fred Martins, Nani Medeiros e Joana Amendoeira. Ele desenvolveu, ainda, workshops, como o de Música Aberta, no festival Mimo Amarante, e participou da trilha sonora de filmes como Baile Perfumado, Amarelo Manga e Besouro.