José Luís Carneiro acusa Governo de fazer “limpeza a eito” na Administração Pública

Ex-ministro considera, em entrevista ao DN e à TSF, que o Governo deveria promover o “diálogo e a concertação” com o PS em matérias de soberania.

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José Luís Carneiro, ex-ministro da Administração Interna Daniel Rocha
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O ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, acusa o actual Governo de fazer “uma limpeza a eito em altos quadros da Administração Pública”, considerando que estas decisões provocam um impacto negativo.

"Tem havido decisões que são muito perniciosas ao Estado na forma como se tem feito uma limpeza a eito em altos quadros da Administração Pública, sem cuidar de garantir que há uma transferência de conhecimento. Isto tem efeitos nocivos na própria Administração Pública", afirma, em entrevista ao Diário de Notícias (DN) e à TSF.

José Luís Carneiro (que disputou a liderança do PS com Pedro Nuno Santos) defende que o Governo deveria, em matérias de soberania, “promover um diálogo e a concertação com o principal partido da oposição" - bem como "com outras lideranças partidárias com quem entenda dever fazê-lo".

Falando sobre o caso específico do fim do mandato do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu ​Pinheiro, sem que o Governo tenha nomeado um substituto, o ex-ministro refere que a situação é “ainda mais relevante porque estamos a falar do mais importante órgão de decisão da mais importante estrutura de decisão estratégica sobre segurança nacional”. O PÚBLICO noticiou esta sexta-feira que Manuel Vieira, chefe de gabinete de Paulo Vizeu Pinheiro, ficará a liderar o serviço interinamente. O novo secretário-geral poderá ser escolhido em final de Setembro.

Questionado sobre se o anterior Governo, do qual fez parte como ministro da Administração Interna, tem responsabilidade nos problemas na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), José Luís Carneiro sustentou que “isso é uma visão muito simplista da realidade”, acrescentando que a “AIMA nasceu em Outubro, em Novembro houve uma crise política” e só no início de Abril aconteceu a tomada de posse do novo Governo.

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