Encontrado o último cadáver no naufrágio de iate de Mike Lynch

Presume-se que o corpo encontrado seja de Hannah Lynch, filha do magnata. Jovem era a última desaparecida no acidente que vitimou seis pessoas.

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Equipas de salvamento encontraram o último cadáver desaparecido Louiza Vradi / REUTERS
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Mergulhador envolvido na operação Louiza Vradi / REUTERS
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Último cadáver encontrado esta sexta-feira Guglielmo Mangiapane / REUTERS
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Mergulhadores italianos encontraram o corpo da última pessoa desaparecida no naufrágio do iate de Mike Lynch, magnata britânico da tecnologia. Acredita-se que este é o cadáver da filha, Hannah, adianta uma fonte próxima da operação à agência Reuters esta sexta-feira, 23 de Agosto.

O Bayesian, um veleiro de luxo de 56 metros de comprimento que transportava 22 pessoas, estava ancorado ao largo do porto de Porticello, perto de Palermo, quando se virou e se afundou rapidamente após ser atingido por uma tempestade ainda antes do amanhecer de segunda-feira.

A fonte não identificou o corpo como pertencente a Hannah Lynch, de 18 anos, mas esta é a única pessoa que ainda não tinha sido encontrada. A agência noticiosa italiana Adnkronos disse que a jovem foi encontrada dentro do iate.

Os destroços encontram-se a uma profundidade de 50 metros e, uma vez dentro do iate, as passagens são estreitas. Os bombeiros descreveram na sexta-feira as operações de salvamento como “longas e delicadas” e disseram que envolveram mais de 400 pessoas, incluindo 28 mergulhadores especializados.

Os corpos dos outros cinco passageiros que morreram, incluindo o de Lynch, foram recuperados na quarta e na quinta-feira do interior do iate. O corpo do único membro da tripulação que morreu, o cozinheiro de bordo Recaldo Thomas, foi encontrado perto do naufrágio na segunda-feira.

A identificação oficial dos cadáveres e as autópsias deverão ter início após a transferência do último corpo recuperado para a morgue de um hospital em Palermo.

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Operações para retirar destroços vão durar semanas

Foi aberto um inquérito judicial sobre o naufrágio, que deixou perplexos os especialistas em marinha. De acordo com os peritos, um barco como o Bayesian, construído pelo construtor italiano de iates de luxo Perini, deveria ter resistido à tempestade.

O capitão do iate, James Cutfield, os oito membros da tripulação sobreviventes e os passageiros foram interrogados pela polícia, mas não se pronunciaram publicamente. Os procuradores deverão dar uma conferência de imprensa no sábado.

Giovanni Costantino, CEO do The Italian Sea Group, que detém a Perini, disse à Reuters que o naufrágio foi o resultado de uma série de “erros indescritíveis e irracionais” cometidos pela tripulação, e excluiu quaisquer falhas de concepção ou construção.

A retirada dos destroços do mar, aparentemente intactos, pode ajudar os investigadores a determinar o que aconteceu, mas é provável que a operação se torne complexa e dispendiosa.

Nick Sloane, um engenheiro sul-africano que liderou a operação de salvamento do navio de cruzeiro Costa Concordia, que se afundou em 2012, disse em entrevistas à imprensa italiana na sexta-feira que a operação custaria até 15 milhões de euros (16,7 milhões de dólares).

Segundo o diário La Repubblica, a recuperação do iate demoraria entre seis e oito semanas, incluindo os trabalhos de preparação, e deveria estar concluída em meados de Outubro, sem especificar as razões para esse prazo.

Trazer o iate à superfície terá de ser feito “muito, muito lentamente”, e poderá demorar alguns dias, disse Sloane.