Cassandra Jenkins é uma daquelas artistas que parecem ter o dom de suspender o tempo. Fosse a norte-americana uma personagem da Marvel ou da DC Comics, seria esse, seguramente, o seu superpoder, adquirido na sequência de um qualquer trauma de infância, desenvolvido no exacto momento em que teria querido, em vão, evitar uma tragédia familiar (para dar mais substância emocional, carregando na escala da empatia). É a isso que soa a sua carreira nos discos, sobretudo desde o segundo álbum, o anterior An Overview on Phenomenal Nature (2021) – que teve direito, passados alguns meses, a uma companion piece intitulada (An Overview on) An Overview on Phenomenal Nature, nada mais do que uma recolha de maquetas, experiências sonoras, instrumentais e remisturas que conduziram e resultaram do seu disco de canções.