Um Governo viciado em passar cheques
No regresso de férias, o Governo tem de decidir se quer deixar no país uma marca de mudança e progresso ou se vai continuar limitado a passar cheques a tudo o que protesta ou mexe.
"Quando a esmola é grande, o pobre desconfia”, diz a sabedoria popular. Será demagógico, deselegante até, considerar a enxurrada de dinheiro com que o Governo tem irrigado os problemas, ou as reivindicações, como esmolas. Mas o princípio mantém-se: será que Luís Montenegro e os seus pares acreditam que a estratégia de anunciar um aumento, um complemento ou uma isenção fiscal a cada semana que passa basta para que os portugueses os passem a adorar? Não lhes passa pela cabeça que é legítimo desconfiar de um Governo que, de um mês para o outro, sem que nada de extraordinário tenha acontecido, abandone a prudência do anterior e descubra uma mina de ouro que parece inesgotável?
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.