“Todos os portugueses são góticos, só que alguns não têm noção disso”

Há 14 anos arriscou criar um festival gótico na cidade de Leiria. O Extramuralhas é a sua maior marca, ancorada em bandeiras como a paz e a igualdade de género.

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Carlos Matos do Extramuralhas Nuno Ferreira Santos
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Veste-se (quase sempre) de preto, com conversa fácil e sorriso aberto. Quando era pequeno, sonhava ser condutor de camiões TIR. Agora, aos 54 anos, acredita que, “se calhar, no subconsciente, já havia o desejo de vir a ter um trabalho solitário, que permitisse ouvir a música toda do mundo, sem chatear ninguém e sem ser incomodado”. Carlos Matos é o rosto mais conhecido do festival Extramuralhas – que desce à cidade de Leiria durante este fim-de-semana. Nascido e criado na aldeia da Pocariça, perto da Maceira, entre Leiria e Marinha Grande, chegou à cidade aos 20 anos com a ilusão de encontrar “500 tipos iguais a mim”: cabelo comprido, brincos, tatuagens e roupa preta. Pensava então que em Leiria haveria de encontrar “um bairro cheio de Carlos Matos”. Quando percebeu o engano, decidiu construí-lo. Um dos primeiros passos foi a Alquimia, a loja de discos que criou ao lado da ex-mulher, Célia Ribeiro Lopes. Findo o casamento, permaneceu a amizade, que ainda hoje os junta na Fade-In, a associação cultural responsável pela organização do Extramuralhas.

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