A actividade económica na zona euro recuperou em Agosto para um máximo em três meses, impulsionada pelo sector dos serviços, sobretudo em França com os Jogos Olímpicos, segundo o índice PMI HCOB (acrónimo de Purchasing Managers' Index e Hamburg Commercial Bank) da S&P Global divulgado esta quinta-feira.

O índice situou-se em 51,2 pontos em Agosto, mais um ponto do que em Julho, graças a um aumento “sólido” da actividade empresarial no sector dos serviços, refere o comunicado. Em contrapartida, a produção industrial continuou a diminuir.

“A actividade total recuperou para um máximo de três meses no mês de Agosto, indicando uma nova dinâmica de crescimento. No entanto, outros sinais vindos do último conjunto de inquéritos foram menos positivos”, lê-se no relatório.

Entre estes sinais, o documento refere que as novas encomendas continuaram a diminuir, enquanto se registou uma estagnação geral nos níveis de emprego e um declínio na confiança das empresas.

Numa análise por país, o maior aumento em Agosto foi registado em França, onde a actividade atingiu o seu ponto mais forte em quase um ano e meio, provavelmente relacionado com os Jogos Olímpicos de Paris (que decorreram de 26 de Julho a 11 de Agosto).

Em contrapartida, o panorama na Alemanha, maior economia europeia, “permaneceu sombrio”, com a actividade total a diminuir pelo segundo mês consecutivo, e a um ritmo mais acentuado.

No resto da zona euro, a actividade total continuou a aumentar em meados do terceiro trimestre.

“À primeira vista, os últimos dados do inquérito constituem uma agradável surpresa: a actividade da área do euro recuperou em Agosto. Mas um olhar mais atento revela que os dados não são tão positivos como parecem”, resume o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia, no comunicado divulgado esta quinta-feira. "O impulso vem em grande parte de um aumento na actividade dos serviços em França, com o Índice de Actividade Empresarial [Business Activity Index] a saltar quase cinco pontos, provavelmente relacionado com a agitação em torno dos Jogos Olímpicos em Paris." "No entanto, é duvidoso que esta dinâmica se mantenha nos próximos meses", acrescenta.

“O sector da indústria transformadora continua mergulhado na recessão, enquanto o sector dos serviços parece ainda estar a crescer a um ritmo aceitável. No entanto, uma vez terminado o impulso temporário ligado aos Jogos Olímpicos e havendo sinais de uma diminuição da confiança no sector dos serviços da zona euro no seu conjunto, é provável que seja apenas uma questão de tempo até que as dificuldades no sector da indústria transformadora comecem a afectar também o sector dos serviços”, conclui.