Inundações no Bangladesh afectam quase três milhões de pessoas. Duas pessoas morreram

Uma análise feita em 2015 pelo Banco Mundial estimou que 3,5 milhões de pessoas no Bangladesh, um dos países mais vulneráveis aos efeitos do clima, corriam o risco de sofrer inundações todos os anos.

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Os distritos mais afectados no Bangladesh incluem Feni, Moulvibazar, Habiganj, Comilla e Chittagong, onde cinco grandes rios estavam a correr acima dos níveis de perigo, disse o FFWC Nack Jettanan / NACK JETTANAN VIA REUTERS
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As chuvas das monções incessantes e inundações deixaram cerca de três milhões de pessoas retidas no Bangladesh e causaram a morte a duas pessoas, submergindo ainda vastas áreas e danificando casas e infra-estruturas, disseram funcionários do Ministério da Gestão de Catástrofes do país. Em imagens recolhidas pela Reuters TV, é possível ver os residentes do Bangladesh a retirarem os seus pertences com barcos e outros meios de transporte improvisados, à medida que a água dentro de casa lhes chegava aos joelhos.

O Centro de Previsão e Alerta de Cheias (FFWC) do país avisou que, com a continuação das chuvas, o nível das águas poderá subir ainda mais nas próximas 24 horas, o que suscita preocupações quanto a novas inundações e realojamentos. A ligação rodoviária em várias regiões foi cortada, isolando as comunidades e dificultando os esforços de socorro, segundo as autoridades responsáveis pela gestão de catástrofes e pela ajuda humanitária.

Os distritos mais afectados no Bangladesh incluem Feni, Moulvibazar, Habiganj, Comilla e Chittagong, onde a capacidade de cinco grandes rios estava acima dos níveis de perigo, disse o FFWC. "Não via tanta água nos últimos 20 anos. Tudo na minha casa está destruído porque a água subiu até ao nível da cintura", disse Mohammad Masum, um residente do distrito de Feni.

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Residentes do Bangladesh retiraram os seus pertences das suas casas inundadas por barco e outros meios de transporte improvisados Jayanta Dey

Uma análise efectuada em 2015 pelo Instituto do Banco Mundial estimou que 3,5 milhões de pessoas no Bangladesh, um dos países mais vulneráveis aos efeitos do clima, corriam o risco de sofrer com as inundações dos rios todos os anos. Os cientistas atribuem o agravamento destes fenómenos catastróficos às alterações climáticas. No final de quarta-feira, os estudantes de Daca realizaram manifestações de protesto, alegando que as inundações foram causadas pela abertura das comportas de uma barragem na vizinha Índia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia afirmou que "não é correcto" que as inundações tenham sido causadas pela água libertada pela barragem de Dumbur no rio Gumti, no estado de Tripura, no nordeste do país. "Gostaríamos de salientar que as bacias hidrográficas do rio Gumti, que atravessa a Índia e o Bangladesh, registaram as chuvas mais intensas deste ano nos últimos dias", declarou o ministério em comunicado na quinta-feira. "As inundações no Bangladesh devem-se principalmente às águas destas grandes bacias hidrográficas a jusante da barragem.

Em Tripura, 12 pessoas morreram devido a deslizamentos de terras e inundações provocadas pelas chuvas incessantes dos últimos três dias, disse à Reuters Suman Deb, um funcionário indiano responsável pela gestão de catástrofes. "O impacto foi devastador e as operações de salvamento estão a decorrer", afirmou Deb.

O ministro do Interior da Índia, Amit Shah, afirmou num post na rede social X (antigo Twitter) que o governo federal enviou equipas de gestão de catástrofes, para além de barcos e helicópteros, para Tripura, para ajudar o governo estatal nas operações de socorro e salvamento. "As inundações nos rios comuns entre a Índia e o Bangladesh são um problema partilhado que inflige sofrimento às populações de ambos os lados e exige uma estreita cooperação mútua para a sua resolução", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia.