Bandeiras vermelhas nas praias de Quarteira e Vilamoura por possível contaminação com águas residuais

Capitania recebeu comunicação da Agência Portuguesa do Ambiente a dar conta de que a Estação Elevatória de Quarteira realizou uma descarga de águas residuais na Marina de Vilamoura.

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Possível contaminação com águas residuais na Marina de Vilamoura levou a içar a bandeira vermelha nas praias de Quarteira e de Vilamoura, no Algarve Virgilio Rodrigues
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As bandeiras vermelhas estão içadas desde esta quarta-feira de manhã nas praias de Quarteira e de Vilamoura, no Algarve, devido a uma possível contaminação com águas residuais na Marina de Vilamoura, revelou fonte da Capitania do Porto de Faro.

Segundo o comandante desta capitania, Mário Figueiredo, a decisão foi tomada depois de ter recebido uma comunicação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a dar conta de que a Estação Elevatória de Quarteira realizou uma descarga de águas residuais na Marina de Vilamoura, no concelho de Loulé.

"Estamos perante uma potencial contaminação da água [para banhos], daí termos içado as bandeiras vermelhas", disse à agência Lusa Mário Figueiredo, referindo-se às praias a leste e a oeste da barra da Marina de Vilamoura.

Segundo a autoridade marítima, a APA "desaconselhou a prática de banhos nas praias contíguas".

O comandante aguarda agora pelas análises à água que a APA está a realizar antes de voltar a autorizar o banho aos vários milhares de pessoas que se encontram de férias na região.

"Quero acreditar que a APA vai ser célere na confirmação desta situação", acrescentou.

Fuseta e Armação de Pera de novo a banhos

Por outro lado, a autoridade marítima afirmou que a interdição "não tem nada a ver" e é um "caso distinto" da decisão tomada na terça-feira de interditar a ida a banhos na praia de Fuseta-Ria, no concelho de Olhão, e em Armação de Pera, no município de Silves, também no Algarve, por contaminação microbiológica na água, decisão entretanto revertida.

Em declarações à Lusa, o capitão do porto de Olhão disse que "a interdição na praia de Fuseta-Ria foi levantada cerca das 13h30" desta quarta-feira, depois de as análises efectuadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a uma amostra colhida na terça-feira terem mostrado que a água já se encontrava sem a contaminação pela bactéria E.coli que tinha originado a proibição de banhos.

A situação também já se encontra normalizada na praia de Armação de Pera, onde na terça-feira os banhos foram desaconselhados por contaminação microbiológica, detectada em análises realizadas a amostras colhidas na segunda-feira, segundo a informação disponibilizada hoje pela APA.

Na terça-feira, fontes das capitanias de Olhão, que tem competência na zona da Fuseta e de Portimão, que tem a seu cargo as praias da área de Silves, disseram à Lusa que na base da decisão de interditar e desaconselhar banhos, respectivamente, estavam amostras de água que revelaram a presença de bactérias E.coli, no caso de Fuseta, e de enterococos, no caso de Armação de Pera.

"Às 11h00, foi recebida a comunicação do delegado de saúde a dizer que a prática balnear estava interditada", disse na ocasião à Lusa o capitão do porto de Olhão, Alexandre Algarvio, precisando que se tratou de uma análise efectuada na segunda-feira.

O capitão do porto de Olhão indicou também que iria ser feita outra análise, a uma amostra colhida na terça-feira, e que hoje se revelou livre de contaminação, permitindo que as autoridades ambientais levantassem a interdição.

Quanto ao caso de Armação de Pera, o capitão do porto de Portimão disse na terça-feira à Lusa que a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Algarve, sob proposta da Autoridade Regional de Saúde do Algarve, tinha desaconselhado a ida a banhos por terem sido "detectados valores de enterococos intestinais superiores ao valor limite".

Eduardo Pousadas Godinho frisou, na mesma altura, que a medida iria manter-se até, pelo menos, hoje, dia em que seriam conhecidos os resultados de uma nova análise, que se revelou negativa.