Exportações da indústria alimentar e bebidas crescem 9,5% até Junho
No primeiro semestre do ano, vendas ao exterior somaram quase quatro mil milhões de euros. Défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas recuou para 8,63%.
As exportações da indústria alimentar e das bebidas aumentaram 9,46% nos primeiros seis meses do ano face a igual período do ano passado, somando 3991 milhões de euros, anunciou hoje a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA).
Em comunicado, a FIPA realça que, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), as vendas para países da União Europeia (UE) cresceram 13,87% face ao primeiro semestre de 2023, para 2700 milhões de euros, enquanto as vendas para fora do espaço europeu subiram 1,25%, cifrando-se em 1291 milhões de euros.
Por países, Espanha destaca-se como o país da UE que mais compra à indústria alimentar e das bebidas portuguesa, tendo adquirido 1504 milhões de euros à indústria nacional nos primeiros seis meses de 2024, um aumento de 12% face a igual período de 2023.
O segundo maior comprador europeu é a França, com um valor de 354 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 4% face ao primeiro semestre do ano passado.
Itália e Alemanha ocupam, respectivamente, o terceiro e quarto lugares, tendo o mercado italiano registado um crescimento homólogo de 32%, o que se traduz em vendas no valor de 210 milhões de euros. Já as exportações para a Alemanha evoluíram 6%, para 113 milhões de euros.
“No resto do mundo, destaca-se o Brasil, que absorveu bens no valor de 336 milhões de euros à indústria nacional e com isso impulsionou as exportações da indústria alimentar e das bebidas em cerca de 25% face ao primeiro semestre de 2023”, acrescenta a FIPA.
Globalmente, Espanha, França, Brasil, Itália e Alemanha absorveram 63% do total das exportações da indústria alimentar e das bebidas.
Comparando com igual período de 2023, no primeiro semestre deste ano o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas recuou para 8,63%.
“O sector agro-alimentar nacional continua a crescer muito à custa do aumento das exportações e ganhos de quota internacionais, dada a qualidade e inovação dos produtos portugueses. No entanto, incongruências no IVA e os impostos especiais sobre o consumo criam entraves às empresas, sobretudo no mercado interno, o que as leva a procurar alternativas noutras geografias”, alerta o presidente da FIPA, Jorge Henriques, citado no comunicado.
Segundo destaca a associação, a indústria alimentar e das bebidas “é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (22.400 milhões de euros) como em valor acrescentado bruto (3800 milhões de euros).
Destaca-se ainda como “a indústria transformadora que mais emprego gera”, sendo responsável por mais de 112.000 postos de trabalho directos e cerca de 500.000 mil indirectos, e “assume uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o sector situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da auto-suficiência alimentar do país”.