Caixa entrega ao Estado dividendo extraordinário de 300 milhões a 28 de Agosto

O dividendo total relativo ao exercício de 2023, ano em que a Caixa alcançou lucros recorde, passa a ser de 825 milhões de euros. O valor extraordinário será pago ao Estado a 28 de Agosto.

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Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos CARLOS M. ALMEIDA / LUSA
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai entregar ao Estado, seu accionista único, o dividendo extraordinário de 300 milhões de euros, que já tinha sido anunciado, a 28 de Agosto.

A data foi avançada, nesta quarta-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "A CGD informa que, por Deliberação Social Unânime por escrito do seu accionista único, o Estado português, de 20 de Agosto de 2024, foi determinado o pagamento de um dividendo adicional no valor de 300 milhões de euros, a liquidar a 28 de Agosto de 2024", pode ler-se no comunicado emitido esta tarde.

Este dividendo extraordinário junta-se aos 525 milhões de euros que já tinham sido pagos pelo banco público ao Estado, o seu único accionista. Assim, o dividendo total relativo ao exercício de 2023 irá situar-se em 825 milhões de euros. Este, refere o banco público, é "o maior pagamento de dividendos realizado pela Caixa ao seu accionista". Para além disso, com o pagamento deste dividendo adicional, "é integralmente reembolsada a recapitalização pública em dinheiro realizada em 2017, no valor de 2500 milhões de euros", acrescenta o comunicado.

Em 2023, a Caixa obteve lucros históricos de 1291 milhões de euros, impulsionados, sobretudo, pela subida das taxas de juro, que tornou a concessão de crédito um negócio mais rentável para a banca e fez aumentar a margem financeira (indicador que mede a diferença entre os juros cobrados no crédito e os juros pagos nos depósitos) para 2866 milhões de euros, mais do dobro do que no ano anterior.

A decisão de distribuir um dividendo extraordinário não é feita, contudo, tendo em conta apenas os lucros significativos, mas, também, os níveis de solidez do banco. No final do primeiro semestre deste ano, o rácio de common equity tier (CET) 1, indicador que mede o nível de fundos próprios principais de um banco, atingiu ultrapassou os 20%, "cumprindo com uma cómoda margem os requisitos de capital em vigor para a Caixa", afirma a administração da instituição, liderada por Paulo Macedo.

São estas, precisamente, as justificações dada pelo banco. "A presente deliberação teve por fundamento a capacidade da Caixa de gerar resultados sólidos e de melhorar a sua rentabilidade de maneira consistente conforme atestado pelos resultados apresentados referentes ao primeiro semestre do exercício em curso e não oposição por parte do Banco Central Europeu", indica a instituição. No primeiro semestre de 2024, a CGD reportou um resultado líquido de 889 milhões de euros, um crescimento de 46% face a igual período do ano passado.

"Por referência aos rácios de solvência de Junho de 2024, e considerando a distribuição referida, a Caixa apresentava um rácio de CET 1 de 20,36% e um rácio de capital total de 20,62%. Após esta distribuição, o rácio de MREL [sigla inglesa que representa os requisitos mínimos de fundos próprios definidos a nível europeu] apurado a 30 de Junho de 2024 foi de 27,07% do total de activos ponderados pelo risco e de 10,01% da exposição total do rácio de alavancagem, excedendo os requisitos fixados", conclui a Caixa.

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