Desertor norte-coreano cruza a pé fronteira militarizada para o Sul

Exército sul-coreano detectou o soldado, um primeiro-sargento que manifestou imediatamente intenção de desertar, dentro da Zona Desmilitarizada que separa os dois Estados.

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Soldado norte-coreano atravessou a linha perto do condado fronteiriço sul-coreano de Goseong, cerca de 160 quilómetros a nordeste de Seul KIM HONG-JI / REUTERS
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Um soldado da Coreia do Norte desertou para o Sul, atravessando a pé o lado leste da fronteira militarizada entre os dois países, anunciaram as autoridades da Coreia do Sul.

O exército sul-coreano detectou o soldado, um primeiro-sargento, dentro da Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa os dois Estados, ainda antes de este cruzar a Linha de Demarcação Militar, que divide a DMZ em duas.

O soldado atravessou a linha perto do condado fronteiriço sul-coreano de Goseong, cerca de 160 quilómetros a nordeste de Seul, e manifestou imediatamente intenção de desertar, informou a agência de notícias Yonhap, que cita fontes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

A deserção ocorre duas semanas depois de um outro cidadão norte-coreano ter entrado em território sul-coreano através do delta de dois rios, no lado ocidental, e numa altura marcada por emissões de propaganda por parte dos militares sul-coreanos para o outro lado da fronteira.

As emissões, através de altifalantes colocados na fronteira, fazem críticas ao regime de Pyongyang e convidam os cidadãos norte-coreanos a desertarem, transmitindo informações práticas, como o tipo de ajuda que podem receber à chegada ao Sul.

Em Junho, os militares sul-coreanos retomaram as emissões, pela primeira vez em seis anos, em resposta à interferência norte-coreana no sistema GPS e ao envio de balões com lixo por parte de Pyongyang. As acções norte-coreanas são, por sua vez, uma resposta a activistas que enviam balões do Sul para o Norte com propaganda contra o regime do líder Kim Jong-un.

As relações entre as duas Coreias têm estado mais tensas, especialmente depois de o Norte, que se aproximou da Rússia no último ano, ter declarado em Janeiro que o Sul é o principal inimigo e ter rejeitado a reunificação pacífica.