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Viúva e seis filhas de Silvio Santos herdam fortuna de quase 1 bilhão de euros
Apresentador morreu no sábado, aos 93 anos. Em vida, Silvio Santos preparou a sucessão no comando de várias empresas e dividiu bens entre as filhas. Testamento dele é mantido em sigilo pela família.
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O apresentador e empresário Silvio Santos, que morreu no sábado (17 de agosto) aos 93 anos, deixou uma fortuna estimada em 1 bilhão de euros (R$ 6 bilhões), segundo publicou a Folha de S. Paulo. Esse patrimônio será dividido entre a viúva, Iris Abravanel, e as seis filhas do comunicador — Cíntia, Sílvia, Renata, Rebeca, Patrícia e Daniela. Silvio deixou um testamento pronto, mas os detalhes são mantidos em sigilo pela família.
Silvio estava afastado da gestão de suas empresas, inclusive do SBT, rede de televisão que criou no início dos anos de 1980, mas a palavra final em muitas decisões era dele. Há pelo menos sete anos, o apresentador começou a fazer a sucessão nas empresas e a dividir o patrimônio entre as filhas. Estima-se que cada uma delas tenha recebido 16,7 milhões de euros (R$ 100 milhões) enquanto ele ainda estava vivo.
Na divisão de bens, por exemplo, Silvio, segundo a imprensa brasileira, deu duas casas para Cintia e Silvia, que são filhas do primeiro casamento dele com Maria Aparecida Vieira. Ela morreu em 1997, vítima de câncer. As outras quatro filhas receberam casas em Alphaville, onde vivem ricaços de São Paulo, e em Orlando, nos Estados Unidos.
Já o controle do SBT foi transferido em 2017 para Renata, formada em administração de empresas pela Liberty University, nos Estados Unidos, e para Daniela. O apresentador fez questão, inclusive, de anunciar que as filhas eram as novas donas da rede de televisão durante a transmissão do Troféu Impressa daquele ano. Para que a mudança no controle acionário do SBT fosse possível, o então presidente da República, Michel Temer, alterou a lei de concessões de tevês no Brasil.
Visão para os negócios
Silvio deu os primeiros passos no mundo dos negócios aos 14 anos, como camelô. Ele e o irmão Leon andavam pelas ruas do centro do Rio de Janeiro vendendo carteirinhas de plástico para títulos de eleitores. Aos 18 anos, o apresentador criou um serviço de alto-falantes nas barcas que fazem a travessia entre Rio e Niterói. Pouco tempo depois, mudou-se para São Paulo e empregou-se como radialista.
Foi na Rádio Nacional que Silvio conheceu Manoel da Nóbrega, que enfrentava dificuldades com uma empresa que vendia brinquedos por meio de prestações em carnês pagas mensalmente. Era o Baú de Felicidade, cujo comando o apresentador assumiu em 1962. O Baú deu origem ao que se conhece atualmente como Grupo Silvio Santos, formado por quase 30 empresas, entre elas, a Jequiti, de produtos de beleza e de perfumaria, a Sisan, que atua na área imobiliária, e o hotel Jequitimar.
Silvio, que se chamava Senor Abravanel, nasceu em 12 de dezembro de 1930 no bairro da Lapa, centro do Rio. Ele era o primogênito de dois imigrantes judeus sefarditas, que se mudaram para o Brasil em 1924. A primeira incursão do apresentador na televisão se deu em 1963, quando comprou um espaço no horário nobre das segundas-feiras na Tevê Paulista para vender o Baú da Felicidade por meio do programa Vamos brincar de forca.
Em 1965, o espólio da emissora foi arrematado pela Tevê Globo. O programa de Silvio Santos foi incorporado à programação da emissora, primeiro, com exibição somente em São Paulo, depois, ampliado para o Rio de Janeiro. A partir daí, o apresentador se consolidou como o maior comunicador da tevê brasileira, um ícone, com 60 anos de carreira.
O corpo de Silvio Santos será enterrado neste domingo, em cerimônia restrita à família e a alguns amigos, como sempre foi desejo dele.