Google bloqueia acesso a chats do grupo neonazi 1143

Gigante tecnológica pretende bloquear a profusão do discurso de ódio alimentado pelo grupo de Mário Machado.

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Manifestação organizada pelo grupo de extrema-direita 1143 Nuno Ferreira Santos
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Na semana em que a ministra da Administração Interna anunciou ter pedido um inquérito para saber quais são os pontos de contacto entre o grupo neonazi 1143 e as forças de segurança, a Google decidiu limitar a actividade online da organização liderada por Mário Machado, bloqueando o acesso aos seus grupos de chat, sobretudo na rede social Telegram e no WhatsApp. A notícia é avançada neste sábado pelo Jornal de Notícias.

De acordo com o jornal, a gigante tecnológica bloqueou o acesso às aplicações de chat que podem ser descarregadas através da Google Play Store e da App Store e nas quais tinham sido criados grupos para os membros da 1143 comunicarem entre si e partilharem mensagens de ódio, notícias falsas e ameaças a imigrantes.

A acção da organização extremista não terá sido totalmente travada, porque se mantém nos mais de 20 grupos locais da rede social Telegram. Também na rede social X há grupos de áudio onde estes elementos se "encontram" (pode ler sobre isso num grande trabalho multimédia que o PÚBLICO lançou recentemente sobre discurso de ódio).

No início desta semana, o The New York Times já tinha noticiado que enviou questões ao YouTube sobre a acção deste grupo neonazi na Internet, o que acabou por levar a plataforma de vídeos a suspender a actividade do 1143. "Qualquer conteúdo que promova a violência ou encoraje o ódio às pessoas com base em atributos como etnia ou estatuto de imigração não é permitido", justificou o YouTube.

Neste momento, quem tentar aceder ao canal do Grupo 1143 no Telegram é confrontado com uma mensagem curta: “Infelizmente este canal não pode ser exibido nas apps do Telegram da Google Play Store.” Os membros da organização de Mário Machado têm reclamado e o próprio reagiu, segundo o JN, aconselhando "o download da aplicação através de um fornecedor alternativo" e criticando “a censura” da Google, como escreve o jornal.

As regras da gigante tecnológica não permitem “apps que promovam violência ou incitem ao ódio contra pessoas ou grupos de pessoas com base na raça, etnia, religião, deficiência, idade, nacionalidade, estatuto de veterano, orientação sexual, género, identidade de género, casta, estatuto de imigração ou qualquer outra característica associada a discriminação ou marginalização”.

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