Tegan foi passear com a mãe e encontrou cinco pegadas de dinossauro

As pegadas distam umas das outras cerca de 75 centímetros e os paleontólogos acreditam tratar-se de vestígios de um Camelotia, dinossauro que habitava no Reino Unido no final do Triásico.

Foto
Os especislistas dizem que os Camelotia são parecidos com os Massospondylus, na imagem Mark Stevenson/Stocktrek Images/Getty Images
Ouça este artigo
00:00
03:09

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Tegan queria encontrar fósseis e, nas férias de Verão, foi dar um passeio com a mãe a uma praia na costa sul do País de Gales. “Achávamos que não íamos encontrar nada”, disse a criança de dez anos à BBC, mas estavam enganadas. Tegan viu o que lhe pareciam ser cinco pegadas enormes e uma paleontóloga do Museu Nacional do País de Gales confirmou: são registos de um dinossauro herbívoro que ali passou há mais de 200 milhões de anos.

Uma coisa é certa: o animal era grande. As pegadas distam umas das outras cerca de 75 centímetros e os paleontólogos acreditam tratar-se de vestígios de um Camelotia, um género de dinossauro saurópode ​que habitava no Reino Unido entre o Triásico Superior e o Jurássico Inferior. “Se fossem buracos aleatórios, teríamos cuidado, mas, como temos um pé esquerdo, um pé direito e depois um esquerdo e outro direito [...], há uma distância consistente entre eles”, disse a paleontóloga Cindy Howells, do Museu Nacional do País de Gales. Agora, os esforços estão concentrados em verificar a descoberta de Tegan.

O passeio que Tegan deu com a mãe, Claire, parecia como qualquer outro durante as férias até terem encontrado uma espécie de buracos que pareciam pegadas. Poucos dias depois, Claire enviou um email com fotografias do local para Cindy Howells, que lhe respondeu estar “bastante certa de que são pegadas de dinossauro”.

“Foi tão fixe e entusiasmante”, descreveu Tegan. E ​Cindy Howells concordou, ainda que por outras palavras: “É uma descoberta bastante significativa. O entusiasmo que se sente quando alguém nos contacta com uma descoberta de um dinossauro é espantoso”, disse ao canal de televisão britânico.

Para Claire, o mais importante foi que Tegan, com apenas dez anos, deu de caras com uma descoberta que muitas pessoas passam anos a tentar alcançar. “Podemos passar uma vida inteira à procura de tesouros de dinossauros, por isso é óptimo que isto aconteça com a Tegan nesta idade.”

Uma descoberta com 200 milhões de anos

Não se sabe muito sobre estes dinossauros, que há 200 milhões de anos pisaram a mesma praia em que Claire e Tegan foram passear durante as férias de Verão. Os Camelotia teriam cerca de três metros de altura, entre quatro e cinco metros de comprimento e um pescoço e cauda longos. Segundo o que dizem outros estudos sobre esses dinossauros herbívoros, andariam sobre duas patas (como mostram também os registos encontrados por Tegan), mas ocasionalmente poderiam usar as quatro, quando procuravam comida.

É possível que esta descoberta recente esteja relacionada com as primeiras pegadas de dinossauro encontradas no País de Gales, em 1879, afirma Cindy Howells. “Até há pouco tempo, tínhamos tão poucas descobertas de dinossauros no País de Gales que pensávamos que não havia muitos dinossauros aqui”, disse a paleontóloga.

Mas, em 2014, um esqueleto completo de um dinossauro foi desenterrado perto da zona onde Tegan encontrou estas pegadas. O esqueleto pertencia a um Dracoraptor, um “primo” do T-rex, com 201 milhões de anos.

Em 2021, Lily, de quatro anos, encontrou uma pegada bem preservada na baía de Bendricks, considerada uma zona de interesse paleontológico, e Tegan é a responsável pela mais recente descoberta, que pode trazer novo conhecimento sobre o passado do País de Gales.

Sugerir correcção
Comentar