Macron vai ouvir partidos e está pronto a receber a candidata da Nova Frente Popular
Presidente francês convocou os partidos com representação parlamentar para encontros a partir do dia 23. Nomeação de um primeiro-ministro será feita depois das consultas.
O Presidente francês convidou os presidentes dos grupos parlamentares e os líderes dos partidos com representação na Assembleia Nacional para uma série de encontros, que terão início a 23 de Agosto. A nomeação de um primeiro-ministro, por parte de Emmanuel Macron, vai acontecer “na sequência destas consultas”, anunciou esta sexta-feira o Palácio do Eliseu.
De acordo com comentários da presidência, Macron também está pronto para receber Lucie Castets, a funcionário pública de topo (actual directora de finanças da câmara de Paris) escolhida pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que venceu as eleições de 7 de Julho, para chefiar o futuro governo.
Assim que o nome de Castets foi anunciado, o Presidente pareceu afastar essa opção, afirmando que “a questão não é um nome, é saber que maioria pode surgir na Assembleia”. Na mesma entrevista, a 23 de Julho, Macron confirmou que a escolha do novo governo só ia acontecer depois dos Jogos Olímpicos de Paris, que terminaram no último domingo.
Vários dirigentes da França Insubmissa (LFI), o principal partido da aliança NFP – para além do partido de Jean-Luc Mélenchon, a coligação inclui os Ecologistas, o Partido Comunista (PCF) e o Partido Socialista, para além de contar com o apoio de outras pequenas formações – já disseram que a aliança se vai apresentar em bloco nas consultas pedidas por Macron. “A Nova Frente Popular deslocar-se-á em conjunto para exigir que ele [Macron] respeite os resultados das urnas e nomeie Castets”, escreveu na rede X (antigo Twitter) Mathilde Panot, presidente do grupo parlamentar da LFI.
Já depois das reacções dos líderes partidários ao comunicado sobre os convites e da exigência de que Castets seja recebida, “próximos de Macron” disseram à France TV que “obviamente, se se tratar de um pedido colectivo e se as forças políticas do NFP considerarem que seria útil, o Presidente não se oporá” a este encontro.
No comunicado do Eliseu, lê-se ainda que os franceses exprimiram “uma vontade de mudança e de unidade alargada” nas eleições legislativas e que as consultas das próximas semanas deverão permitir “avançar no sentido da constituição da maioria mais ampla e estável possível”.
Depois da vitória da direita radical e extrema da União Nacional na primeira volta, muitos candidatos de esquerda e do centro desistiram de se apresentar na segunda volta, apelando ao voto no candidato que estivesse em melhor posição para derrotar o pretendente do partido de Marine Le Pen. O resultado foi a vitória da NFP – fundada apenas duas semanas antes da primeira volta das legislativas (antecipadas por Macron depois do mau resultado do seu partido nas eleições europeias). Em segundo lugar ficou o Juntos, a coligação presidencial, num Parlamento muito dividido.