João Almeida assume que é um dos favoritos na Vuelta mas não o número um

O ciclista português costuma fazer bons desempenhos no contra-relógio e espera um bom resultado no deste sábado.

Foto
João Almeida (UAE Emirates), durante a cerimónia de apresentação das equipas da Volta a Espanha, no jardim da Torre de Belém, em Lisboa TIAGO PETINGA / LUSA
Ouça este artigo
00:00
03:23

Candidato, sim, mas não o principal. João Almeida encara assim a sua participação na Volta à Espanha em bicicleta que vai passar à porta da sua casa numa das três etapas da prova que se vão disputar em Portugal.

O melhor ciclista português da actualidade procura assim retirar um pouco da pressão que o estatuto de chefe-de-fila da UAE Emirates lhe coloca antes do arranque da Vuelta, mas não tem medo de assumir que estará a lutar por um lugar entre os três primeiros.

“Acho que sou um dos principais corredores para a classificação geral. Não diria que sou o favorito número um. Há bastantes. Claramente, viemos para aqui com o objectivo de ganhar a corrida, de discutir a corrida, tanto comigo como com o Adam [Yates]. Se estivermos no pódio, para mim seria objectivo cumprido, mas queremos sempre apontar para o número um”, declarou.

O ciclista português explicou o seu actual momento de forma, fazendo uma referência ao facto de chegar à corrida espanhola depois do desgaste que o quarto lugar na Volta à França lhe originou.

“É a minha primeira vez a fazer Tour-Vuelta, não é fácil de preparar. Não tive a melhor preparação, mas estamos em boa forma. Estamos confiantes e faremos tudo para lutar pela vitória. Temos uma grande equipa para nos apoiar, temos várias ‘cartas’ para jogar. Penso que vamos começar numa boa posição, temos de ir dia a dia. Qualquer coisa pode acontecer-nos e às outras equipas. Vamos controlar o que podemos controlar”, avaliou.

“Está sempre mal”

Sobre a concorrência, o quarto classificado do Tour 2024 nomeou o esloveno Primoz Roglic, o russo Aleksandr Vlasov — que pode ser colíder da BORA-hansgrohe —, e o último vencedor da Vuelta, o norte-americano Sepp Kuss (Visma), como os seus mais directos rivais, desvalorizando as declarações de Roglic, nas quais o esloveno admitiu não estar ainda completamente recuperado da fractura que sofreu na região lombar fruto da sua queda na 12.ª etapa da Volta à França. “Nos últimos anos, sempre que falo com ele nas corridas diz que não está a sentir-se muito bem”, disparou o português.

Para já, o corredor de 25 anos só está a pensar no contra-relógio deste sábado, não escondendo que gostava de vestir a camisola de líder.

“Não é fácil. Claro que os contra-relogistas puros têm sempre vantagem num percurso tão rápido como é. Mas vamos dar o nosso melhor. E, claro, vai ser a primeira etapa que vai começar já a definir ligeiramente a classificação geral. Portanto, é um dia importante, em que temos de estar focados. Tem de ser todos os dias, mas temos de apontar para esse dia [do crono]”, analisou o português.

Por fim, Almeida confessou que o facto de a Volta à Espanha começar em Portugal teve influência na sua convocatória para a prova por parte da sua equipa.

“A Vuelta começar cá em Portugal é a principal razão de fazer a Vuelta. Se calhar, se não começasse cá, teria dado prioridade a outro calendário para recuperar melhor do Tour e poder preparar-me a 100%. Será muito bom para o ciclismo português, a Vuelta é uma grande montra para o país”, defendeu.

E este detalhe não é apenas valorizado por João Almeida. Também Sepp Kuss considera que será uma “motivação-extra" para o português. “Ele é um ciclista que está sempre na frente. No Tour, esteve muito forte. Especialmente com a Vuelta a começar em Portugal, é uma motivação extra para ele. Penso que será um dos grandes candidatos”, avaliou Kuss.

Sugerir correcção
Comentar