A “expectativa” do Presidente que penalizou o Governo
No caso da crise no SNS, o Presidente só complicou. Sem a história da “expectativa”, Montenegro teria argumentos para reclamar tempo. Havendo uma expectativa, quem a defrauda merece ser penalizado.
O Presidente da República encontrou uma forma simpática para tentar dar um empurrão ao Governo num dos seus piores momentos desde a tomada de posse. Disse que o problema do SNS que nestas primeiras semanas de Agosto voltou ao topo das preocupações dos cidadãos tinha que ver com uma questão de “expectativas”. Segundo Marcelo, o Governo “criou expectativas muito altas” ao fixar um calendário para os problemas ficarem solucionados, o que levou as pessoas a pensarem que podia ser “cumprido em poucas semanas ou poucos meses”. A bem dizer, na campanha eleitoral o actual primeiro-ministro não prometeu uma solução. Prometeu um plano de emergência no prazo de 60 dias. O problema, para o Governo e para o país, é que, desde que o plano foi apresentado, o futuro parecia radioso. Até que, em vez de soluções, surge uma catadupa de fracassos.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.