A mulher que abandonou a filha num carrinho de bebé junto à estação ferroviária Entrecampos, em Lisboa, na madrugada de quinta-feira, 15 de Agosto, foi interrogada, constituída arguida e saiu em liberdade com termo de identidade e residência.

A mãe da criança, com cerca de 25 anos, foi localizada pelas 9h30 e encontrava-se "visivelmente embriagada na via pública", indicou à Lusa a PSP. A mulher foi interceptada pelas 10h15 tendo, contudo, afirmado que a "criança lhe tinha sido subtraída". O caso continuará sob investigação.

Fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) tinha revelado que a criança ia "ser retirada à mãe", ao abrigo do artigo 91º da lei de protecção de crianças e jovens em perigo, "uma vez que a mãe não é idónea para ficar com a criança e também não há familiares conhecidos". Pelas 16h35 a criança de quatro anos foi transportada para uma casa de acolhimento, em Lisboa.

Inicialmente, a PSP disse que a criança abandonada era um menino e que teria três anos, mas a informação foi corrigida e trata-se de uma menina de quatro anos. A mãe e a criança são de São Tomé e Príncipe, de acordo com a mesma fonte.

O alerta para o abandono desta criança foi dado por volta das 6h por parte de um transeunte que testemunhou uma pessoa a deixar um carrinho de bebé na Avenida 5 de Outubro, junto à estação de Entrecampos, e a abandonar o local.

Na sequência do alerta, foram accionados meios policiais para o local e a criança foi transportada para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, de forma a ser vista pelos profissionais de saúde, indicou a PSP, referindo que, quando foi encontrada, estava num estado "normal" de saúda e, embora tenha "uma deficiência congénita, uma malformação" não apresentava qualquer ferimento.

A polícia realizou diligências investigatórias para chegar à identificação da pessoa que abandonou a criança, inclusive através das imagens de videovigilância de vários estabelecimentos perto do local.

A mulher "foi encontrada visivelmente embriagada na via pública", adiantou a PSP, acrescentando que a informação de que dispõe é de que "esteve num bar durante a madrugada e, depois de ter saído do bar, terá deixado a criança na via pública". No âmbito da inquirição, o discurso da mulher "não é coerente" e apresenta "ideias díspares cada vez que fala", tendo inclusive começado por dizer que a criança tinha sido raptada.

A mãe desta criança incorre num crime de exposição ou abandono, informou a PSP. "De todos os factos e diligências efectuadas pela PSP foi já dado conhecimento ao Ministério Público", adiantou também a mesma fonte.

Notícia actualizada às 21h32 com novas informações e correcção do sexo e idade da criança.