Greve de 24 horas na CP ainda sem impacto, pode causar perturbações na sexta-feira

A paralisação, que já decorre desde 9 de Agosto e termina a 31, incide sobre o trabalho extraordinário, mas esta quinta-feira, 15, será de 24 horas e irá afectar o trabalho das oficinas da CP.

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A greve vai pôr em causa os comboios porque a manutenção vai deixar de ser feita Miguel Manso
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A greve de 24 horas nas oficinas da CP regista uma adesão de 100%, segundo fonte sindical, mas sem supressões de comboios até ao momento, podendo ter impacto sobretudo na sexta-feira porque esta quinta-feira "não há ninguém para reparar" avarias.

"As oficinas estão paradas a 100%. Não há ninguém a trabalhar", afirmou António Pereira, do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (Sinfb), em declarações à agência Lusa.

Segundo o dirigente sindical, o impacto da greve na circulação deverá sentir-se "mais para amanhã [sexta-feira] ou ao final do dia de hoje", uma vez que, "se [esta quinta-feira] houver uma avaria em qualquer comboio, [este] vai ficar retido porque não há ninguém para a reparar".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da CP confirmou que, até ao momento, "não se registam supressões" e que "a circulação está a decorrer dentro da normalidade".

A greve na CP – Comboios de Portugal, convocada por dois sindicatos, irá ocorrer esta quinta-feira, 15 de Agosto, todo o dia, em vez de ser apenas ao trabalho extraordinário, como tem sucedido deste 9 de Agosto.

"Informamos que, por motivo de greve convocada pelos sindicatos Sinfb [Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários] e Stmefe [Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários], entre os dias 9 e 31 de Agosto de 2024, prevêem-se perturbações pontuais na circulação, podendo ser mais acentuadas no dia 15 de Agosto", lê-se num aviso, no site da transportadora.

A CP chegou a acordo, no mês passado, com 11 sindicatos, tendo sido desconvocada uma greve prevista para essa altura, mas as duas estruturas sindicais não concordam com o que foi apresentado.

Em declarações à Lusa, a 7 de Agosto, António Pereira, do Sinfb, disse que o acordo que os restantes sindicatos assinaram "foi praticamente [igual ao] apresentado dois dias antes", referiu, indicando que, se não tinham acordado antes, também não o iam fazer naquela data.

"Estamos a lutar pela majoração das carreiras. A empresa quer dar-nos mais trabalho com o mesmo dinheiro e nós não aceitamos de maneira nenhuma", assegurou.

A paralisação incide sobre o trabalho extraordinário entre 9 e 31 de Agosto, com excepção do dia 15 de Agosto, em que será de 24 horas e irá afectar o trabalho das oficinas da CP, explicou. Segundo o sindicalista, a paralisação "vai pôr em causa os comboios porque a manutenção vai deixar de ser feita".

A greve dos trabalhadores da CP, no final de Julho, foi suspensa depois de ter sido alcançado um acordo de princípio para aumentos salariais e regulamentação de carreiras, divulgou fonte sindical.

"Nos termos do acordo todos os índices salariais são actualizados em mais 1,5% a partir de 1 de Agosto de 2024 e o valor do subsídio de refeição sobe para 9,20 euros", pode ler-se num comunicado publicado pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), no dia 23 de Julho.

Por sua vez, a CP deu conta, numa nota, que depois de uma reunião com representantes de vários sindicatos (ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINTTI, SIOFA, SNAQ, SNTSF e STF) foi possível alcançar um acordo.

A operadora também já tinha fechado acordo com e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) e o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).