Trabalhadores da Groundforce convocam greve para 31 de Agosto e 1 de Setembro

Baixos salários, recurso a trabalho temporário e sucessivas mudanças de horário entre os motivos para a greve da empresa de handling aeroportuário. Protesto pode afectar voos.

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Trabalhadores da Groundforce em greve a 31 de Agosto e 1 de Setembro Miguel Manso
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Os trabalhadores da empresa de handling SPdH Groundforce convocaram uma greve para os dias 31 de Agosto e 1 de Setembro, em protesto pelos salários baixos, entre outras reivindicações, segundo um pré-aviso, divulgado esta quarta-feira pelo sindicato Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP).

No documento, o STTAMP emite um pré-aviso de greve, que abrange todos os aeroportos nacionais, "das 00h horas do dia 31 de Agosto de 2024, às 24h00 horas do dia 01 de Setembro de 2024".

A paralisação foi convocada contra "a existência de vencimentos base inferiores ao salário mínimo nacional", protestando ainda contra "o recurso sistemático a trabalhadores de empresas de trabalho temporário" e o "trabalho suplementar em incumprimento com os limites legais em vigor".

O sindicato refere ainda as "alterações sucessivas de horários à margem das disposições do Acordo de Empresa" e "a forma como decorre o programa de saídas voluntárias, sob ameaça de despedimento colectivo numa empresa em que não há pessoas para trabalhar".

O STTAMP justificou também a greve com o facto de "que mais uma vez, independentemente do motivo ou da origem que fragiliza a empresa" serem sempre "os trabalhadores a pagar a factura".

Assim, exige a "imediata reabertura de janela negocial que regulamente as tabelas de vencimentos base, de modo a que nenhum nível seja inferior ao salário mínimo nacional", a imediata "regulamentação das situações de contratação precária e/ou empresas de trabalho temporário", bem como a "implementação do sistema de horários em regime 4/2 (trabalhar durante quatro dias e ter dois de descanso)" e o reconhecimento e valorização dos "profissionais do handling que, diariamente garantem o funcionamento dos aeroportos nacionais".

Segundo o pré-aviso, "os trabalhadores assegurarão os serviços necessários à segurança e manutenção dos equipamentos e instalações" e "a prestação dos serviços mínimos indispensáveis à satisfação das necessidades sociais impreteríveis".

O STTAMP considera que os serviços mínimos em causa passam pela "realização dos voos necessários à satisfação de problemas críticos relativos à segurança de pessoas e bens, nomeadamente, os voos ambulância, os de situações de emergência declarada em voo" e outros semelhantes.

Abrangem ainda os voos de Estado e militares e assegurar para as ilhas a prestação de trabalho que permita, nos Açores "a primeira aterragem e descolagem na rota entre o Continente e a Região" e na Madeira "a primeira aterragem e descolagem na rota entre o Continente e a Região", assim como "a primeira aterragem e descolagem no voo entre ilhas (Funchal e Porto Santo)".

A Menzies Aviation anunciou em Junho ter concluído a aquisição de 50,1% na Groundforce Portugal, mais de um ano após o anúncio do acordo para entrada do novo accionista, em Março de 2023.

A TAP pediu em 2021 a insolvência da Groundforce, num processo cuja lista provisória de credores apontava, nessa altura, para cerca de 154 milhões de euros em dívidas. Posteriormente, segundo o plano, as dívidas reconhecidas fixaram-se em 136,2 milhões de euros.

A Menzies prevê um investimento inicial de 12,5 milhões de euros na Groundforce.