Bebé sofre queimaduras após ser esquecido no carro durante três horas

Incidente ocorreu em Felgueiras. Criança esteve cerca de três horas na viatura após esquecimento do pai.

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Criança foi transportada para o Hospital de Penafiel Manuel Roberto
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Uma criança de 15 meses sofreu queimaduras após ter estado três horas fechada num carro em Felgueiras. A viatura estava estacionada junto a uma fábrica da cidade, tendo o pai esquecido a criança no carro durante a parte da manhã desta segunda-feira, 12 de Agosto.

De acordo com informações apuradas pelo PÚBLICO junto do Comando Territorial do Porto da Guarda Nacional Republicana (GNR), a criança esteve cerca de três horas no carro, com esta autoridade a ser chamada pelas 12h33 ao local, após uma chamada feita para a linha de emergência 112.

A criança foi transportada para o Hospital de Penafiel com queimaduras nos braços provocadas pela exposição solar.

Além da GNR, foram ainda chamados ao local os bombeiros e uma ambulância para prestar socorros à criança.

Este tipo de acidente tem feito algumas marcas automóveis instalarem nos veículos tecnologias destinadas a avisar os condutores de que se podem estar a esquecer da criança no banco traseiro. Organizações da sociedade civil também se têm dedicado em vários pontos do mundo a engendrar lembretes que evitem que uma rotineira viagem de carro se transforme numa tragédia. E já existem aplicações de telemóvel com a mesma finalidade.

Tecnologia ao serviço dos pais

Uma empresa da Florida, nos EUA, desenvolveu uma tecnologia de sensores sem fios que oferece aos condutores vários alertas para garantir que a criança não fica esquecida no carro.

O dispositivo tem duas partes. Uma delas parte colada à parte lateral do banco do condutor, enquanto o sensor é instalado na parte lateral do banco de trás. Quando o condutor sai do carro e passa um determinado período de tempo, o condutor é alertado para o facto de ainda haver movimento dentro do veículo.

A Nissan, por exemplo, desenvolveu um sistema para alguns dos seus veículos que faz com que o sistema de navegação registe a abertura da porta traseira quando é colocado no banco de trás uma criança, um animal ou qualquer objecto. Quando a viagem termina, aparece no painel de instrumentos um aviso. Após o carro estacionar e o condutor sair, caso a porta traseira não seja também aberta e o veículo seja fechado será emitido um sinal sonoro. E a Hyundai inventou um sensor de movimento que faz soar a buzina se for detectado movimento no banco traseiro durante um período máximo de 24 horas após o carro ser desligado. O sistema também envia um alerta para o telemóvel do proprietário.

Algumas organizações ligadas à segurança infantil aconselham os pais a colocarem um objecto de uso frequente, como a mala ou o telemóvel, no banco de trás, criando assim o hábito de verificar o banco traseiro sempre que saem do carro.

“Viaje com um urso de peluche grande dentro da cadeira infantil quando esta não estiver ocupada. Quando a criança for colocada na cadeira, coloque o ursinho no banco do passageiro. É um lembrete visual de que sempre que o ursinho estiver no banco do passageiro, a criança está no banco de trás”, diz uma delas.

O último incidente deste género conhecido em Portugal remonta a Setembro passado, quando uma bebé de um ano morreu dentro de um automóvel estacionado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no Monte da Caparica. Frequentava a creche do campus universitário e foi o próprio pai, que conduzira o veículo, a dar o alerta às autoridades.

Antes disso, em Maio de 2021, no centro de Lisboa, uma mãe esqueceu-se da filha na cadeirinha. Tinha saído de casa para levar os três filhos à escola mas só deixou os dois mais velhos. A menina de dois anos terá ficado esquecida durante sete horas. Tal como no caso anterior, também neste o Ministério Público abriu um inquérito que, no entanto, ainda não foi concluído.

Texto actualizado às 20h19 com indicação de equipamentos que são usados nos carros para alertar para estes riscos

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