Petição com mais de 500 mil assinaturas pede à Tanzânia que proíba a caça desportiva de elefantes

Ao contrário do Quénia, onde a caça de troféus é ilegal, a Tanzânia permite a caça desportiva de elefantes para obtenção de presas valiosas e emite licenças para a actividade.

Foto
Elefante no Parque Nacional de Ngorongoro, na Tanzânia GettyImages
Ouça este artigo
00:00
01:40

Conservacionistas pediram à Tanzânia, esta segunda-feira, para acabar com a caça de elefantes como troféus numa vasta área de reserva de vida selvagem que atravessa a sua fronteira comum com o Quénia.

Cerca de 2000 elefantes, incluindo os "super-presas", assim chamados devido às suas grandes presas, percorrem a área de conservação da vida selvagem conhecida como Parque Nacional Amboseli, no lado queniano, e a Área de Gestão da Vida Selvagem Enduimet, no lado tanzaniano.

Ao contrário do Quénia, onde a caça de troféus é ilegal, a Tanzânia permite a caça desportiva de elefantes para obtenção de presas valiosas e emite licenças para a actividade. Isto resultou em casos em que caçadores mataram elefantes quenianos do outro lado da fronteira.

"A perda destes elefantes não é apenas um golpe para as populações de elefantes, mas também para os nossos esforços colectivos de conservação", afirmou Cynthia Moss, fundadora da Amboseli Trust for Elephants.

A petição de mais de 50 organizações de conservação da vida selvagem em África já foi apoiada por mais de 500 mil assinaturas. Segundo os conservacionistas, apenas 10 super-elefantes com presas que pesam cerca de 45 kg cada uma permanecem no ecossistema de Amboseli, que tem a maior densidade destes animais. "A caça pode provocar o desaparecimento das super-presas nos próximos três anos", lê-se na petição.

Em 1995, os dois vizinhos da África Oriental tinham acordado que a Tanzânia deixaria de emitir licenças de caça no seu lado da reserva, depois de caçadores terem matado elefantes quenianos no lado tanzaniano.

No entanto, em 2022, a Tanzânia voltou a emitir licenças, segundo a petição.