Asad Ayaz: “Fazemo-nos à medida” dos diferentes públicos no mundo
Primeiro director de marcas do grupo, Ayaz preside ao marketing dos estúdios Disney, da Disney+ e das suas muitas marcas de entretenimento. A IA, diz, pode trazer “eficiência operacional”.
No primeiro dia da convenção D23, um vídeo do actor Ryan Reynolds brincava com a Disney e a Marvel, dizendo ter salvado o estúdio com o seu recente Deadpool & Wolverine. Reynolds, a par de Hugh Jackman, são em parte responsáveis por um Verão de sucesso para o cinema da Disney depois de um primeiro semestre lucrativo para a empresa. Mas há muita reestruturação nos bastidores e o trabalho de Asad Ayaz é precisamente fazer com que essas obras não sejam visíveis enquanto os sucessos se vão construindo.
Ayaz é o primeiro director de marcas da Disney, cargo criado para que presida ao marketing dos seus estúdios, da plataforma de streaming Disney+ e das muitas chancelas de entretenimento do grupo. Em conversa com os jornalistas na manhã de sábado em Anaheim, na Califórnia, durante a convenção D23, respondeu ao PÚBLICO que cada projecto “é uma entidade única” e que “todos têm tons diferentes, o que mantém as coisas frescas e dá a diferentes públicos algo de que gostam”.
Para Asad Ayaz, “o que define a Disney é a ligação emocional”, o que foi evidente na forma como vários visitantes da convenção espelharam em testemunhos físicos ou verbais como diferentes séries e obras os marcaram ou ajudaram a ultrapassar momentos fulcrais das suas vidas.
Mas Disney é também negócio e é considerada uma das potenciais candidatas a terminar no pódio no campeonato do streaming, por exemplo. Aí, Ayaz revela como constroem diferentes campanhas para diferentes países através de testes com “focus groups” e “relatórios das equipas locais sobre se há certas personagens ou elementos da história que podem ter mais impacto" em determinadas geografias. "Fazemo-nos à medida, mas se nos basearmos no mundo das redes sociais, há muitas coisas que são muito globais”, contrabalança.
Dois dos desafios que tem pela frente são a conquista da geração Z, que parece menos presente entre estes super-fãs que estão na convenção (talvez pelos preços praticados e pelo impacto da inflação e do estreito horizonte laboral desses jovens), e o uso da inteligência artificial (IA). As duas perguntas sobre o tema têm respostas muito “à marketing” de Asad Ayaz. “A geração Z é uma oportunidade tremenda e é importante ter as séries e filmes certos para este público, mas também estar onde eles passam a maior parte do tempo — no TikTok, no YouTube, nos jogos”, tendo o grupo apresentado novidades sobre a sua presença no Fortnite. Quanto à IA, também é “um factor importante e uma oportunidade” no que toca à “eficiência operacional”, mas “a empresa está a ser muito ponderada”.
O PÚBLICO viajou a convite da The Walt Disney Company